João Pereira

João Pereira

Advogado, escritor e atento observador da política

Postado em 05/07/2017 10:58

Biscoito D’licia: Uma Atrevida Penedense Coroada de Prêmios

Resultou de uma gestação programada ou foi fruto acidental do acaso? Pode o infortúnio dar origem a algo construtivo? São duas perguntas nas quais surgiu o fermento que fez germinar e crescer a D’Licia. Sem nenhuma ideia do que queria, com pequenos passos no início, titubeante a respeito de sua pretensão empresarial, veio gradativamente crescendo até firmar-se como empresa. Atualmente apresenta-se como uma orgulhosa miss das passarelas do sucesso, amealhando diversos prêmios pela eficiência e o rígido cumprimento das normas exigidas de uma empresa padrão de qualidade.

Mito e realidade muitas vezes se confundem. As narrativas lendárias, por sua vez, são sempre cercadas pela tragédia, o sofrimento e o heroísmo. A propósito, diz uma lenda tupi que Mani era uma linda menina de pele branca, alegre e muito querida por todos da aldeia. Adoeceu e apesar de todos os esforços da pajelança para salvá-la, não resistiu. Seguindo os costumes, foi enterrada dentro da oca. Seus pais, tristes e saudosos, jogavam em sua cova agua que, misturada com suas lagrimas, originaram algum tempo depois uma bela planta que deram o nome de maniva, origem da mandioca, base alimentar dos indígenas.

A Ilustração desse mito tem alguma semelhança com o surgimento da D’licia. Sua idealizadora, Ângela Malta, após surpreendida com um violento acidente que ceifou a vida de sua filha Lícia, mergulhou na escuridão, sucumbindo à melancolia, a uma profunda e insuportável tristeza. Os dias que se seguiram ao infausto acontecimento eram torturantes por não querer aceitar a terrível certeza de não mais poder revê-la. Tinha de encontrar uma saída, uma válvula de escape para aliviar-lhe daquele infernal e angustiante estado de espirito. O tempo, insuperável mestre na arte de amenizar as nossas tragédias, fez a sua parte. Não menos eficaz nessa arte de anestesiar a dor distingue-se o trabalho e também a ocupação da mente em direção oposta as causas depressivas que nos oprimem. Boa dona de casa e invejável em suas apetitosas criações culinárias, nelas começou a encontrar o alivio para as suas tensões. Inicialmente, apenas com o intuito de agradar as amigas, a boa aceitação das mesmas que as estimulou, foi amadurecendo a ideia de ampliar a produção para vender, como de fato aconteceu, até chegar a um ponto de ser obrigada a constituir uma empresa, surgindo a D’licia para homenagear sua filha, nome que por coincidência rima perfeitamente com delicia.

Hoje, solidamente firmada no comercio, distribuindo seus produtos para supermercados das cidades do nosso e outros estados, com a participação, a criatividade e competência de seu filho Alexandre Malta, seguramente continuará a alargar seus passos, movimento inerente ao espirito empreendedor. É o que todos nós desejamos para que cada vez mais possa contribuir em prol do social com a criação de novos empregos e brindar seus empregados, como faz, com uma distinguida visão fraternal e humanitária.

Assim, dentro da estatura de uma pequena empresa, gigante como exemplo de ser, tendo sua forma embrionária moldada na dor, no sofrimento e nas lagrimas, Biscoitos D’licia faz contraponto a sua origem, preocupa-se, como compensação, com o prazer por meio das delicias do paladar, espalhando pelo Brasil afora produtos da mais alta qualidade.

OBS.: Quem faleceu no acidente acima relatado foi Liane, e não Lícia. 

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  • Alexandre Malta Muito obrigado João Pereira pelo excelente e bem escrito relato!