Obras Obradas
Não sei se existem dias de sorte e dias azarados. Também não sei se a prudência recomenda que as grandes iniciativas devam ser precedidas de uma análise dos astros pelos astrólogos para nos aconselhar da oportunidade de iniciá-las ou não. Essas dúvidas afloram a minha mente quando venho observando o andamento das obras da orla fluvial, parecendo estar cercada de tanta negatividade. Começadas com o prefeito anterior, não estavam contempladas com o alinhamento favorável das estrelas.
Reforçando essa hipótese, a primeira coisa que chama a atenção geral são os trabalhos de péssima qualidade. A firma que está a realizá-las é uma felizarda, já que pratica um estágio muito bem remunerado. Seus trabalhos não são dignos de um mestre, mas de um estagiário em calçamento. Ainda não bem assentados os paralelepípedos, surgem os buracos. Tijolos soltos na área de pedestres é o que mais se vê. Não bastassem os aleijões do calçamento, no último dia 10 do mês em curso, quando choveu torrencialmente, tivemos a oportunidade de ver uma enorme lagoa que circundava um dos postos de combustível. Onde se encontra o sistema de escoamento? Como podemos conceber tanta incompetência e falta de responsabilidade em obras que se localizam exatamente na sala de visitas da nossa cidade! Penedo tem servido de escola, oferecendo muitas oportunidades de aprendizado aos que lidam na área de calçamento, vez que buracos não faltam e incessantes são os trabalhos de reparo. O que não dá para entender é que não obstante tanta prática, não há aprendizado que possa reverter a seu favor. Não é a prática que conduz ao aperfeiçoamento?
Não parecendo suficiente todo esse desencanto para infelicitar a nossa cidade, calejada de tantos dissabores, por aqui aparece de vez em quando um fantasma que apavora pelo que faz, segundo os caprichos de uma cabeça de criança que tem como sigla o nome de IPHAN. Acha ele que Penedo está nadando em dinheiro. O que antes foi permitido construir, hoje está fora dos padrões da arquitetura local, devendo ser demolido. É como se o que foi construído, não passasse de uma brincadeira de criança a fazer castelos de areia. Sua infeliz ideia de embargar as obras em referência, já por si lentas e capengas, retardou no tempo o seu término e, por tabela, a normalização do trânsito. Suas ações demonstram claramente querer reduzir Penedo como refém de seus pueris caprichos.
Será que os ares de Penedo estão carregados de fluidos negativos? Acho que o prefeito, de agora em diante, não deveria dar início a nenhuma obra importante sem antes benzê-la. No último caso será melhor recorrer aos ritos pagãos, sacrificar animais aos deuses ou então consultar os búzios, o alinhamento dos astros entre outras artes advinhatórias para ajudá-lo nos acertos, do que ter de suportar o gasto do dinheiro público inutilmente, jogado no esgoto da incompetência e irresponsabilidade.
Quando teremos o prazer ou o pesar da inauguração? O homem do campo prefere usar a palavra obrar em vez de fazer cocô ou defecar. Infelizmente, seja lá quando forem inauguradas, iremos ter a curiosidade de assistir, em vez de uma obra com requinte de beleza e qualidade, obras caprichadamente obradas.
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