07 Novembro 2019 - 16:21

Programa Criança Alagoana apoia pesquisa sobre anemia em crianças com idade de 6 a 24 meses

Felipe Brasil
Dados serão utilizados para auxiliar os municípios na melhoria da gestão operacional

O programa Criança Alagoana (Cria), através da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), apoiou a pesquisa sobre a suplementação de ferro e de vitamina A, em crianças com idade de 6 a 24 meses, realizada em 6 municípios alagoanos. Os dados serão utilizados para auxiliar os municípios na melhoria da gestão operacional dos programas de suplementação.

Os dados foram divulgados ontem (06), pelo Centro de Recuperação e Educação Nutricional (Cren) em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o grupo de estudo Situação Alimentar e Nutricional na Infância (Sanuti). Das 1.604 crianças avaliadas, 58,1% estão com anemia, sendo 32,9% com anemia moderada, 24,3% com anemia leve e 0,9% com casos graves.

“Detectamos uma elevada ocorrência de anemia, associada a agravos nutricionais e precárias condições socioeconômicas, além de uma reduzida adesão e ausência de capacitação sobre os programas nacionais para enfrentamento das carências nutricionais”, explicou a pesquisadora do Cren, Ana Paula Clemente.

Para chegar a esses resultados foram avaliadas crianças beneficiárias do programa Bolsa Família, levantamento de dados sociodemográficos, antropométricos, coleta de sangue, análise da caderneta de saúde e pesquisa sobre tipo de alimentação ofertada para as crianças, incluindo a fase gestacional.

Os dados serão utilizados para auxiliar os municípios na melhoria da gestão operacional dos programas de suplementação (Felipe Brasil)

Dados

Os dados da pesquisa que fala sobre amamentação apontam que 92,8% das crianças foram amentadas, mas 60,3% deram continuidade até um ano de idade. O grupo alimentar in natura de maior consumo foi o de grãos, raízes e tubérculos, mas o índice de consumo de alimentos ultraprocessados é elevadíssimo entre as crianças, especialmente achocolatados e biscoitos.

O resultado é percebido na avaliação do estado nutricional. O índice de Massa Corporal (IMC) para a idade mostra que 62% possuem eutrofia; 26%, risco de sobrepeso e 11,7%, excesso de peso. Além disso, 9,7% estão com baixa estatura.

A divulgação da pesquisa aconteceu simultaneamente com a capacitação dos coordenadores municipais dos programas de suplementação. Para isso, os pesquisadores da Ufal convidaram a consultora técnica do Ministério da Saúde, Ludimyla Rodrigues, para dar uma palestra sobre as orientações corretas da operacionalização das suplementações.

“Mapeamos o problema, estamos colocando em discussão e apontando os caminhos para que os órgãos públicos busquem melhorias. Carência de ferro pode trazer atraso no crescimento linear, prejuízo aos desenvolvimento cognitivo e motor, além da hipovitaminose A, associada à anemia, trazer outros problemas de saúde para as crianças”, explicou a pesquisadora Marília Mendes.

Cria

Pesquisas tendo como público-alvo a primeira infância são algumas das ações do Cria, que por intermédio desses dados elabora e propõe políticas públicas que visam a melhoria nos cuidados com as gestantes e crianças. Os seis municípios onde a pesquisa foi realizada foram os que aderiam ao programa da primeira infância de Alagoas, em 2018, sendo eles: Pilar, Murici, São Luiz do Quitunde, Pão de Açúcar, Batalha e Teotônio Vilela.

“O Cria foi essencial para aproximação com os municípios, quando para execução da pesquisa. A partir de agora o Estado vai entrar com as medidas estratégicas para combater as carências nutricionais e melhorar as condições de vidas dessas crianças”, disse a pesquisadora Marília Mendes.

por Agência Alagoas

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