17 Abril 2019 - 10:54

Governador recebe lideranças de seis movimentos sociais sem-terra

Secom Maceió

Lideranças de seis movimentos sociais que lutam pela reforma agrária em Alagoas foram recebidas, na manhã desta terça-feira (16), pelo governador Renan Filho no Salão de Despachos do Palácio República dos Palmares. Eles entregaram ao chefe do Executivo estadual uma pauta de reivindicações contendo 13 pontos.

O governador propôs que a Secretaria de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seagri) e o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) promovam, em parceria com os movimentos sociais, a realização de um amplo seminário para extrair ideias que serão condensadas em um Projeto de Lei destinado ao fortalecimento da agricultura familiar em Alagoas.

 Márcio Ferreira

“O fundamental é transformar essa pauta numa agenda, preparar um Projeto de Lei e enviá-lo à Assembleia Legislativa, estabelecendo uma política de fortalecimento da agricultura familiar”, sugeriu o governador.

Para o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Carlos Lima, a reunião foi produtiva. De acordo com ele, os pontos da pauta tiveram encaminhamentos concretos. “Foi uma reunião que andou, não ficou nas promessas. Os pontos tiveram encaminhamentos concretos e saímos daqui com uma boa expectativa”, afirmou Carlos Lima.

Segundo ele, um dos pontos principais da reunião foi a discussão acerca da disponibilização, para reforma agrária, das terras da Usina Laginha como pagamento da dívida da massa falida. “Trata-se de uma área com 11 mil hectares de terra em disputa e cerca de 4 mil famílias acampadas. O governador deixou bem claro que a sua posição política é de assentar essas famílias, resolver essa questão agrária comprando as terras a partir de um encontro de contas”, disse o coordenador da CPT.

 Márcio Ferreira

Além da criação de uma política estadual de fomento e fortalecimento da agricultura familiar e da reforma agrária em Alagoas, a pauta discutiu pontos como a destinação de um assento no Conselho Deliberativo do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), utilização da água do Canal do Sertão para consumo e irrigação de assentamentos localizados naquele perímetro, construção de escolas de ensino médio nos núcleos rurais e a recuperação de estradas vicinais, de nascentes e rios.


“Estou completamente afinado com todos os pontos da pauta. São itens que estão sendo tocados aqui, mas que a gente precisa dar passos novos. Vou criar as condições para materializar mais coisas do que fizemos nos últimos quatro anos”, garantiu Renan Filho.

Abril Vermelho

Desde o domingo (14), os movimentos sem-terra estão mobilizados em Alagoas. Eles participam das atividades relacionadas ao “Abril Vermelho”, ação de abrangência nacional realizada em memória dos trabalhadores rurais do MST assassinados no massacre de Eldorado dos Carajás (PA), em 17 de abril de 1996.

Além do governador Renan Filho, participaram da reunião no Palácio República dos Palmares o secretário de Estado da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Ronaldo Lessa; o diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral), Jaime Silva; o superintendente de Aquicultura da Seagri, Reinaldo Falcão; o secretário-chefe do Gabinete Civil, Felipe Cordeiro; e o capitão PM Diogo Perdigão, do Centro de Gerenciamento de Crises, Direitos Humanos e Polícia Comunitária (CGCDHPC). Estiveram presentes as lideranças dos movimentos sociais sem-terra do MST, CPT, MLST, MTL, MVT e MLT.

Márcio Ferreira

As lideranças fizeram questão de parabenizar Renan Filho pela escolha do ex-governador Ronaldo Lessa para a pasta da Agricultura e pela manutenção de Jaime Silva no Iteral. “Foi acertado demais o nome de Ronaldo Lessa para a Agricultura. Ele pode transformar a pasta”, afirmou Josival Oliveira, do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MSLT).

“Ronaldo Lessa conhece muito bem as demandas dos movimentos sociais. Isso facilita o diálogo. A pasta terá papel preponderante para estabelecer uma política pública que defenda o fomento, a capacitação do agricultor, as feiras agrárias e para que as águas do Canal do Sertão sejam voltadas à agricultura familiar”, acrescentou o coordenador da CPT.

Ronaldo Lessa afirmou que a agricultura familiar está na base da economia alagoana. Ele falou da importância desta atividade, cuja produção gera distribuição de renda e inclusão social. “Nosso estado é eminentemente agrícola e a Seagri pode responder aos desafios colocados aqui porque estamos imbuídos de fazer o máximo para incentivar a produção da agricultura familiar, sobretudo no momento em que estamos vivendo, onde o Governo Federal fechou muitas portas e a gente precisa responder aqui no Estado”, avaliou Lessa. 

por Agência Alagoas

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