20 Janeiro 2020 - 16:56

Mudança de horário de desfile de megablocos não agrada dirigentes

A mudança no horário dos desfiles de megablocos de 16h para as 7h determinada pela Empresa Municipal de Turismo do Rio de Janeiro (Riotur) não agradou o bloco Simpatia é Quase Amor e a Banda de Ipanema, dois tradicionais blocos de rua da cidade.

Em nota, os dois blocos repudiaram a medida determinada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivela. “Não aceitaremos mudanças impostas sem qualquer consulta ou negociação e nem medidas de última hora que prejudiquem milhares de cariocas e turistas que procuram o Simpatia e a Banda de Ipanema apenas para brincar, cantar e se divertir de forma saudável”, afirmam em nota.

A presidente da Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (Sebastiana), Rita Fernandes, disse à Agência Brasil que até o momento não recebeu nenhuma notificação referente à alteração de horário dos 11 blocos ligados à entidade.

Simpatia

O diretor do bloco Simpatia é Quase Amor, Dodô Brandão, disse hoje (19), à Agência Brasil, que não reconhece de forma alguma a alteração do horário de seus desfiles. A medida foi tomada para evitar o deslocamento da massa de foliões entre os bairros do centro e de Ipanema, na zona sul.

“A gente não reconhece essa mudança de maneira nenhuma. O Simpatia tem 36 anos de carnaval de rua e arrasta 300 mil pessoas. E nesses 36 anos, nunca tivemos nenhum problema”, disse Brandão.

Ele recomendou ao prefeito Marcelo Crivella que pesquise na imprensa para ver que o Simpatia jamais causou algum transtorno. “Muito pelo contrário. O Simpatia atrai turista, faz parte do calendário turístico do carnaval. As pessoas vêm e enchem a cidade e querem ir assistir o bloco que desfila na praia mais famosa do mundo [Ipanema], eternizada por Tom Jobim e Vinicius de Moraes”.

Dodô Brandão esclareceu que as associações de blocos, o poder público, os órgãos de segurança e o ministério público começaram a organizar o carnaval deste ano em maio de 2019. “Fizemos dezenas de reuniões no ministério público, orientados pelos promotores. Temos hoje a autorização definitiva da Riotur nos autorizando a desfilar”.

Banda de Ipanema

O presidente da Banda de Ipanema, Cláudio Pinheiro, disse confiar que as autoridades municipais vão “botar a mão na consciência e ser capazes de rever essa decisão, porque prejudica todo o carnaval carioca”.

Segundo Pinheiro, a mudança de horário para a parte da manhã foi “uma solução intempestiva, desnecessária e autoritária”. Ele acredita que a decisão pode ser revertida. “Há tempo para isso”. Pinheiro disse que uma mudança do desfile para as 7h da manhã significará protestos por parte dos moradores do bairro que ainda estão dormindo.

Cláudio Pinheiro criticou o fato de a prefeitura não ter procurado diretamente os dirigentes dos blocos e ter tomado uma medida “distante e autoritária”. Segundo ele, o diálogo faz parte da democracia, do mesmo modo que os entes envolvidos podem mudar de opinião. “Isso é natural da vida. Agora, impor uma solução para terceiros é profundamente injusto e antidemocrático”. Ele disse que não houve nenhuma consulta da prefeitura. “Não houve nenhuma tentativa de diálogo. Isto está sendo conduzido por gente que não conhece carnaval carioca e não entende de Rio de Janeiro”.

Recuperação

Pinheiro disse que a Banda de Ipanema, que este ano completa este ano 56 anos de existência, foi a grande responsável pelo processo de recuperação do carnaval de rua do Rio de Janeiro, que “é um patrimônio enorme da cidade, que não pode ser destruído assim”.

Os desfiles da Banda de Ipanema estão marcados para os dias 8, 22 e 25 de fevereiro, às 17h. O presidente da banda disse que a duração do desfile foi reduzida de quatro horas para três horas e meia. Ele defendeu a criação de uma secretaria especializada para tratar dos assuntos relacionados ao carnaval.

Expectativa

O presidente da Banda de Ipanema, Cláudio Pinheiro, confia que as autoridades municipais vão “botar a mão na consciência e ser capazes de rever essa decisão, porque prejudica todo o carnaval carioca”. Segundo analisou, a mudança de horário para a parte da manhã foi “uma solução intempestiva, desnecessária e autoritária”. Ele acredita que essa decisão pode ser revertida. “Há tempo para isso”. A Banda de Ipanema completa este ano 56 anos de existência. Pinheiro observou que uma mudança para as 7h da manhã significará protestos por parte dos moradores que ainda estão dormindo.

Cláudio Pinheiro criticou o fato de a prefeitura não ter procurado diretamente os dirigentes dos blocos e ter tomado uma medida “distante e autoritária”. Segundo ele, o diálogo faz parte da democracia, do mesmo modo que os entes envolvidos podem mudar de opinião. “Isso é natural da vida. Agora, impor uma solução para terceiros é profundamente injusto e antidemocrático”. Afiançou que não houve nenhuma consulta aos do lado da prefeitura. “Não houve nenhuma tentativa de diálogo. Isto está sendo conduzido por gente que não conhece carnaval carioca e não entende de Rio de Janeiro”.

Pinheiro disse que a Banda foi a grande responsável pelo processo de recuperação do carnaval de ruo do Rio de Janeiro que “é um patrimônio enorme da cidade, que não pode ser destruído assim”. Os desfiles da Banda de Ipanema estão marcados para os dias 8, 22 e 25 de fevereiro, às 17h. O presidente da banda disse que a duração do desfile foi reduzida de quatro horas para três horas e meia. Ele defendeu a criação de uma secretaria especializada para tratar dos assuntos relacionados ao carnaval.

Tumulto

Brandão disse que a decisão da prefeitura de aproveitar um palco que havia sobrado do Réveillon na Parai de Copacabana para abrir o carnaval oficialmente foi um erro, porque não houve planejamento adequado. O resultado foi uma grande confusão, com pessoas roubadas e feridas. Os dirigentes do Simpatia prometem manter os desfiles nos dias 15 e 23 de fevereiro, no horário das 16h, “como sempre saímos, atraindo uma média de 200 mil pessoas”.

“Se eles quiserem impedir, eles podem ir lá. Não tem problema. A gente senta no asfalto e fica ali sentado para ver o que eles fazem”.

Brandão informou que está tentando encontro com o prefeito do Rio para reverter a determinação.

por Agência Brasil

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