12 Dezembro 2019 - 14:56

Atleta Deleu destaca importância dos estudos durante encontro com crianças do CRAS Santo Antônio

Secom - PMP
CRAS Santo Antônio levou Deleu para conversar com crianças no Barro Vermelho

A equipe do Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) do bairro Santo Antônio promoveu uma atividade diferente para a criançada assistida no setor vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação (Semdsh) da Prefeitura de Penedo.

Na nova orla do primeiro bairro de Penedo, meninos e meninas foram apresentados ao jogador de futebol profissional Luiz Carlos Santos, o Deleu. O atleta nascido em Penedo é ‘cria’ da quadra da Rocheira e do campinho que costumava jogar ainda criança, ali mesmo no Barro Vermelho, comunidade onde cresceu e retorna para reencontrar pais e amigos.

Aos 35 anos, Deleu está próximo de completar uma década de atividade na Polônia. Sua trajetória da beira do Rio São Francisco ao Leste europeu foi o tema principal do bate-papo que teve com os conterrâneos na tarde dessa quarta-feira, 11 de dezembro.

De forma descontraída, Deleu falou e respondeu perguntas, sempre destacando a importância dos estudos e da família para a vida de qualquer pessoa, o respeito devido aos pais e às pessoas mais velhas, a necessidade do bom comportamento e da concentração nas atividades, na escola e em casa, e a persistência nos objetivos pretendidos por cada um.

Depois de comentar sobre diferentes times que jogou no Brasil – entre eles Penedense, CSA, Confiança, Náutico e Ceará, só para citar alguns –, chegando ao fim do campeonato sem contrato renovado, o lateral direito foi questionado sobre o que havia sido mais importante para não desistir da carreira.

A resposta já estava na pergunta, quando apontou que todas as opções (garra, persistência e determinação) foram fundamentais.

Na Polônia, o idioma foi seu primeiro obstáculo, possivelmente menor se tivesse dado mais importância ao estudo da Língua Inglesa quando era estudante em Penedo, conforme alertou para a criançada. Firme em seu propósito, superou até o racismo manifestados nas arquibancadas, inclusive por torcedores do primeiro clube polonês que atuou.

“Foi minha primeira partida no Lechia Gdansk, um amistoso na Lituânia. Toda vez que eu pegava na bola, o pessoal imitava um macaco, mas eu nem imaginava que era por racismo. Ganhamos o jogo e achei estranho um clima de tristeza no vestiário. Somente depois, quando o capitão do time me explicou, de forma que eu compreendi, foi que entendi o que havia ocorrido e nessa hora senti uma pontada no coração”, relatou Deleu.

Passados quase dez anos, parte desse problema foi resolvido. “Até o presidente da torcida do Lechia que havia pedido ao presidente do clube para não me contratar, hoje é uma pessoa amiga, que telefona pra mim”, informou, ressaltando que ainda é alvo de reações discriminatórias, por parte de torcedores, em jogos do campeonato polonês.

A vivência do atleta que teve sua primeira experiência de viver longe da família e dos amigos aos 15 anos, quando iniciou a carreira no futebol, foi compartilhada com crianças e adolescentes de Penedo. O exemplo de persistência já habilita Deleu para uma nova fase em sua vida, fora dos gramados.

“Eu já fui convidado por uma empresa que trabalha com jogadores de futebol, administrada por um ex-presidente de time da Polônia que já joguei, para orientar e assessor atletas brasileiros no processo de adaptação na Polônia”, revelou o penedense que já tem dupla nacionalidade, estabilidade financeira, além de esposa e filho poloneses.

por Secom - PMP

Comentários comentar agora ❯