22 Setembro 2017 - 10:12

Crise econômica em 2015 interrompeu crescimento do setor de serviços

O agravamento da crise econômica em 2015 interrompeu um período de sete anos de crescimento do setor de serviços no Brasil, informou hoje (22) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde o início da série histórica da Pesquisa Anual dos Serviços (PAS), em 2007, o IBGE registrou crescimento em dados como número de empresas, pessoas ocupadas e massa salarial real na área de serviços, além do valor adicionado pelo setor à economia. Em 2015, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 3,8%, os serviços registram queda em seus principais indicadores.

Segundo o IBGE, vários fatores influenciaram o desempenho negativo do setor. Entre eles, está o fraco desempenho do consumo das famílias, que caiu 4% com a retração da renda e do mercado de trabalho. Ainda de acordo com o instituto, houve piora nas condições de crédito e aumento da inflação, que chegou a 10,6%.

O número de trabalhadores ocupados pelo setor de serviços atingiu o pico de 12.986.478 pessoas em 31 de dezembro de 2014, ano em que teve o menor crescimento da série histórica até então: 4,14% sobre 2013. Em 2015, a desaceleração virou uma queda de 2,34% no número de empregados, que recuou para 12.681.957, segundo o IBGE. Em 2007, os serviços empregavam 8,3 milhões de pessoas.

Entre as atividades pesquisadas, apenas os serviços prestados às famílias (+0,09%) e as atividades imobiliárias (+5,09%) tiveram variação positiva no número de empregados. Principais empregadores, os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram queda de 3,4%, de 5.247.882 de funcionários para 5.069.708.

O gerente da pesquisa, Luiz André Paixão, destacou que o cenário econômico causou impacto principalmente nos postos de trabalho das atividades ligadas ao recrutamento de profissionais: "Dentro desses serviços, os que mais fecharam postos de trabalho foram os de agenciamento e locação de mão de obra. Com menos empresas produzindo, você precisa menos de pessoal de apoio".

A massa salarial paga aos trabalhadores do setor em valores reais havia crescido mais de 5% em todos os anos da pesquisa e caiu 5,63% em 2015, para R$ 314,9 bilhões. Em 2007, essa soma não chegava a R$ 180 bilhões.

por Agência Brasil

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