Até terça-feira (17), Mary Jane, suspeita de ser a mandante do assassinato da estudante grávida Roberta Dias, deve se apresentar. A principal suspeita, apontada pela Polícia Civil, constituiu o advogado criminalista e professor universitário, Leonardo de Morais, que assumiu o caso desde o último domingo (08), dois dias após a operação desencadeada em Penedo, que elucidou o caso.
Morais afirmou que sua cliente deve se apresentar, porém, não especificou o dia, podendo ocorrer a qualquer momento. “Tive acesso ao inquérito apenas nesta quinta-feira (12). Passei a noite estudando, preparando a defesa e agora vamos iniciar os trabalhos. Até a próxima terça, Mary Jane será apresentada”, garantiu o advogado. O defensor ainda emendou: Precisamos estabelecer a verdade o mais rápido possível.
Conversa com a suposta mandante
Ainda segundo criminalista, ele já ouviu a suposta mandante do crime e, ela teria dito que não tinha motivação para mandar assassinar Roberta Dias, nem tão pouco, tanto dinheiro para tal. “Conversei com Mary Jane e ela afirmou que esteve na casa de Roberta Dias no dia 7 de abril de 2013, onde teve uma conversa amigável com a família. Minha cliente disse que pontuou a realização de um exame de paternidade para comprovar se a menina realmente estava grávida do seu filho. Durante a conversa, ainda foi debatido a possibilidade de um aborto, visto que, a menina já teria tomando remédio abortivo”, disse o Leonardo Morais, baseado no que a sua cliente lhe contou.
Porém, o defensor não detalhou de quem teria partido a possibilidade da jovem realizar um aborto. Acrescentando que o Paulo (marido da acusada de ser a mandante), só soube da suposta gravidez quando a jovem foi dada como desaparecida. A principal suspeita, só contou da gravidez da menor, após a Roberta Dias desaparecer.
“Diante de tudo, não houve discussão, foi uma conversa amigável entre as partes. Uma conversa tranquila. Outro ponto que contesto, é o valor pago para o crime. Minha cliente é dona de casa. O marido é a única fonte de renda. Onde ela conseguiria esse valor sem o que o marido soubesse? E nos autos, ele (Paulo) não foi citado”, detalhou Morais.
Apenas foi chamada a depor uma vez e suposto parentesco com policial
Ainda de acordo com o defensor, sua cliente no decorrer de toda a investigação, foi chamada a dar explicações apenas uma vez. “No processo que tive acesso apenas nesta quinta (12), na Delegacia de Homicídios, conta que Mary Jane e o seu esposo Paulo, estiveram na delegacia apenas uma vez. Como afirmar que ela foi à autora intelectual?”, questionou.
"Outro detalhe que observei, segundo a polícia, Mary Jane é familiar do policial Carlos Bráulio. Errado. Ela não tinha nem aproximação com ele. O seu esposo que possui parentesco, mas não tinha nenhum tipo de aproximação”, contou defensor.
Entrada do Gecoc
Encerrando a entrevista que aconteceu por telefone, o advogado criminalista e professor universitário, Leonardo de Morais, garantiu que vai solicitar a entrada neste emblemático caso do Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE).
“Já estou ingressando com um requerimento solicitando a entrada do Gecoc nesta investigação. É inegável que polícia não pode investigar polícia. Foram presos policiais pelo suposto envolvimento no crime. A delegacia sob o comando do delegado Rubem Natário foi citada. Porque não pediram a prisão do titular da regional de Penedo há época dos acontecimentos. Algo está errado. Uma investigação irresponsável que está destruindo a vida da minha cliente e dos seus familiares. Para encerrar, Mary Jane não é foragida, possui residência fixa em Penedo e Aracaju e, até esta data (13),não foi procurada por ninguém”, concluiu.
por Roberto Miranda
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