18 Setembro 2009 - 20:41

Secretário participa de seminário e defende unificação de polícias

PC-AL

O secretário de Defesa Social, Paulo Rubim, defendeu a unificação das polícias, nesta sexta-feira (18), durante a abertura do Seminário Temático de Avaliação “O Brasil Consegue?”, promovido pelo Projeto Raízes de Áfricas (Organização Não Governamental Maria Mariá), no Auditório Industrial Antônio Cansanção, da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas, no bairro do Farol. O encontro teve como tema “Segurança Pública, a desmilitarização e o desafio da integração com a sociedade”, e reuniu representantes de órgãos públicos e entidades da sociedade civil.

Paulo Rubim disse que a sociedade clama, com justa razão, por segurança, e pede a presença policiais. “A questão, no entanto, não está na falta de policiais, mas no próprio modelo de polícia atualmente existente em todo o país”, opinou.

O secretário citou o caso do conjunto Selma Bandeira, no Benedito Bentes, uma área tida como violenta, e onde não se registra um único homicídio, depois da implantação do modelo de polícia comunitária, por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). “Quem está trabalhando lá é uma equipe de apenas seis policiais. E por que houve redução da criminalidade? Porque os policiais passaram a ter contato direto com a comunidade e a intervir diretamente nos conflitos por ela enfrentados”.

Rubim explicou que a unificação das polícias, inclusive com a desmilitarização das polícias militares, vem enfrentando entraves, pois depende de modificações no Art. 144, da Constituição Federal, que trata da organização das polícias. “A desmilitarização, porém, é algo inevitável, pois o atual sistema está errado e a sociedade não agüenta mais. A Polícia Civil já não cumpre o seu papel de investigar os crimes, e a PM já não cumpre a missão de preveni-los, não por culpa dos policiais, mas do próprio sistema”, completou.

A polícia, na opinião do secretário, contudo, não pode ser o remédio de todos os problemas sociais. “O Estado precisa estar mais presente, oferecendo mais educação, saúde e emprego, uma vez que, sem perspectivas, a juventude está trilhando um único caminho: o do tráfico de drogas”.

As áreas de maior violência, segundo ele, são exatamente aquelas de maior exclusão social. “E este é um fenômeno que não ocorre apenas em Alagoas; está presente em todo o país”, finalizou o secretário.

A Polícia Civil esteve representada no seminário pela delegada Simone Marques, diretora da Academia de Polícia Civil (Apocal). Ela recordou que a desmilitarização da polícia foi um dos temas abordados na conferência livre sobre Valorização Profissional e Otimização das Condições de Trabalho, realizada na academia, em julho último, e recebeu aprovação na Conferência Estadual de Segurança Pública.

O Seminário de Avaliação, de acordo com Arísia Barros, coordenadora do Projeto Raízes de África, teve o objetivo de reunir poder público, sociedade civil e ONGs, dentre outros, na busca de divulgar, esclarecer a população sobre princípios e diretrizes aprovados na Conferência Nacional de Segurança Pública (I Conseg) realizada em Brasília, de 27 à 30 de agosto último.
 

por PC - AL

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