17 Fevereiro 2018 - 08:17

Intervenção é necessária, mas deve ser curta, diz autor do Mapa da Violência

A intervenção federal no Rio de Janeiro é necessária, porém deve ser curta e objetiva, pois não tem a finalidade de resolver o problema da violência, mas apenas de fazer uma pausa para reorganizar a situação. A opinião é do sociólogo Julio Jacobo, coordenador do Mapa da Violência, uma das mais importantes publicações brasileiras sobre o tema.

“A intervenção federal não tem a finalidade de resolver [o problema da violência]. Tem a finalidade de colocar um parêntese para reorganizar a situação. Houve uma perda total do controle do aparelho do Estado no Rio de Janeiro. O estado já deixou de ter condições de contenção e estava sobrepassado pela violência e marginalidade. E não é de hoje, pois é um problema que já vem se alastrando há muito tempo”, disse Jacobo.

Pesquisador da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais (Flacso), o sociólogo ressaltou que não há muitas alternativas imediatas à situação atual do Rio. “As medidas de enfrentamento não são muitas. Ou se reforça a capacidade do próprio estado, em um processo longo e custoso, em que tem de chamar concurso público, reforçar, treinar, capacitar e criar estrutura, ou se cria um parêntese, que é a intervenção federal”, disse ele.

Para Jacobo, a intervenção é um processo de contenção, mas que não deve durar muito tempo, apenas o suficiente para criar novas estruturas na área de segurança.

“Quando a intervenção se alastra por muito tempo, sem recriar estruturas, há uma retomada das forças da violência e da marginalidade. A intervenção deve ser curta e objetiva para atender aos seus objetivos: reorganizar o poder do aparelho do estado e ver qual é o elemento podre. Porque há regiões no Rio de Janeiro onde não há muita diferença entre bandido e policial, onde a população chega a afirmar que prefere o marginal e não a polícia”, disse.

por Agência Brasil

Comentários comentar agora ❯