30 Junho 2022 - 23:18

Comissão convoca ministro da Educação para esclarecer denúncias relativas à gestão de Milton Ribeiro

Geraldo Magela/Agência Senado
Polícia Federal investiga tráfico de influência no MEC

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou a convocação do ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, para prestar esclarecimentos sobre denúncias de tráfico de influência e corrupção no ministério. O requerimento foi requerimento pelo deputado Ivan Valente (Psol-SP).

No dia 22 deste mês, a Polícia Federal prendeu o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro e os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura por suspeitas de envolvimento em um esquema irregular de liberação de recursos da pasta. Todos já foram soltos.

Ribeiro saiu do Ministério da Educação (MEC) após a divulgação, em março, de áudio em que pastores detalhavam um aparente esquema de favorecimento na distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Ivan Valente ressalta que os pastores não têm vínculo com o Ministério da Educação. Apesar disso, após encontros promovidos pelo “gabinete paralelo”, ao menos 48 municípios foram beneficiados com recursos do FNDE. “Resta evidente que Gilmar e Arilton utilizaram de sua amizade íntima com o ex-ministro para intermediar, através da Secretaria de Educação, recursos do MEC para municípios selecionados com critérios religiosos”, afirma o parlamentar.

Ainda segundo Ivan Valente, enquanto o governo atendeu aliados, o Ministério da Educação travou a liberação de R$ 434 milhões do FNDE para prefeituras de todo o País. “Os valores se referem a obras em 1.369 prefeituras, que, embora aptas a receber dinheiro federal, não tiveram as transferências efetivadas pelo governo”, denuncia o deputado.

Com a saída de Ribeiro do Ministério da Educação, o cargo foi assumido por Victor Godoy Veiga, que era secretário-executivo da Pasta. Ivan Valente afirma que Godoy é uma pessoa de confiança do ex-ministro e participou de agendas com Gilmar Santos e Arilton Moura.

“Resta irrefutável que ele conviveu intensamente com os acusados e seus esquemas, bem como possui acesso e pleno conhecimento das informações no âmbito do Ministério da Educação sobre a destinação de recursos federais e transferências efetivadas pelo governo”, afirma o deputado.

por Agência Câmara de Notícias

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