03 Abril 2017 - 10:25

Obra de saneamento de Itabaiana está 98% concluída

A cidade de Itabaiana está cada vez mais próxima de ter coleta e tratamento de esgoto. Tudo isso graças à finalização das obras da primeira etapa de esgotamento sanitário realizadas pelo Governo do Estado, por meio do programa Águas de Sergipe. 98% da intervenção já está concluída, restando apenas a chegada e instalação de equipamento ultravioleta. Esse será responsável pela finalização do tratamento do conteúdo coletado, proporcionando, assim, que o líquido já limpo possa ser despejado na natureza, deixando de poluir o Açude da Marcela. No total, são R$ 68 milhões em saneamento para o município, sendo R$ 23.012.019,82 relativos à primeira fase e R$ 45 milhões da segunda que, além de complementar os serviços executados até o momento, irá promover a drenagem da sede de Itabaiana, permitindo que os moradores deixem de sofrer com enchentes.

As obras que o governo leva para Itabaiana, segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Olivier Chagas, proporcionam para o município saneamento básico, qualidade de saúde e cuidado com o Açude da Marcela que, além de manancial importante para a região, sendo ponto de captação de água, é afluente do rio Jacarecica.

“Essa intervenção é uma das mais importantes que o município recebe nos últimos tempos e é fantástica, se avaliarmos todos os benefícios que oferece. É uma obra que proporciona o desvio do esgoto da cidade, que sempre foi destinado ao Açude da Marcela, importante manancial da década de 50, para o local adequado. A partir de agora estamos criando uma nova perspectiva para esse riacho, o que é algo essencial, principalmente nesse período de crise hídrica”, afirmou Olivier, acrescentando que os recursos do programa Águas de Sergipe são fruto do Banco Mundial.

Já o engenheiro da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Wilson Lima, acredita que a promoção de esgotamento sanitário previne a população de ser acometida por diversas doenças e evita a contaminação de rios e córregos, que são utilizados muitas vezes para abastecimento de água e irrigação. “Além disso, quando você coleta o esgoto e trata, ele pode voltar para o meio ambiente sem promover estragos”, afirmou.

A construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) é o ponto principal da primeira etapa da obra de saneamento básico, de acordo com o engenheiro da Deso, instituição responsável por acompanhar a execução da obra em Itabaiana. O profissional explica que, além da ETE, a fase inicial da intervenção também contempla a recuperação de Estação Elevatória, que já havia sido construída há alguns anos e é responsável pelo transporte de todo esgoto coletado da cidade para a ETE.

A margarida Josefa de Jesus viu a ação de interligação acontecendo na rua onde reside e acredita que a promoção de esgotamento sanitário vai ser algo bom para a cidade. “Vai nos proporcionar mais saúde. Itabaiana estava precisando disso. Com essa intervenção, a cidade fica mais organizada e parecendo até com uma capital. Confesso que não esperava que aqui recebesse esse tipo de obra. Fiquei surpresa e acredito que o resto da população vai gostar com certeza”.

Com relação à segunda etapa, essa será responsável pela ampliação das redes de esgoto, monitoramento do trabalho realizado até o momento e promoção de serviços de drenagem, segundo esclarece Wilson. Para promoção desse serviço, o governo já está encaminhando projeto para contratação da obra. A informação é do secretário Olivier Chagas. “Itabaiana é cidade que, todas as vezes que há chuvas intensas, sofre muito com alagamentos por conta da estrutura de drenagem fragilizada”, destacou.

A artesã Givalda dos Santos ficou contente com a notícia que a água da chuva em Itabaiana vai ser drenada e conta que o benefício dessa obra vai ser grande, visto que ela já sofreu com as consequências de inundações. “Aqui na rua enche bastante quando chove. Inclusive perdi tudo dentro de minha residência ano passado. Estou montando minha casa novamente com doações e tive que fazer empréstimo para reformar a estrutura do imóvel. Acho que a realização dessa intervenção é uma prova que o Estado está se preocupando com Itabaiana”, disse.

Já em fase final, a primeira etapa será encerrada com a chegada e instalação do equipamento ultravioleta que, de acordo com Wilson Lima, garante que o esgoto vá para a natureza com todas as condições adequadas. “Esse equipamento está a caminho e deve chegar até o início da próxima semana”, acrescentou.

Para a lavradora Maria José Nunes, esse trabalho de tratamento de esgoto é algo importante. “Depois que compreendi como a intervenção vai funcionar, entendi os benefícios que virão para a gente. Acredito que essa obra é essencial até para nós agricultores, pois poderemos fazer uso da água do açude, que deixará de estar poluído”, afirmou.

A fase inicial da implantação do esgotamento em Itabaiana contou com o número máximo de 80 trabalhadores contratados, sendo praticamente toda mão de obra fruto do município de Itabaiana. “Ou seja, a importância da obra é também do ponto de vista da promoção de empregos no município e da movimentação do comércio local, pois compramos material de obra do município”, comentou Wilson.

Funcionamento

Para entender como funciona o processo de coleta e tratamento de esgoto, o engenheiro da Deso, Graciliano Santana, explicou o passo a passo de todas as etapas. De acordo com o profissional, todo esgoto recolhido na cidade de Itabaiana será levado, inicialmente, para a Estação Elevatória principal, de onde será bombeado, posteriormente, para a Estação de Tratamento por meio dois emissários (tubulações).

“Na ETE, o primeiro processo de tratamento ocorre na caixa deseneladora, que pega os primeiros resíduos, inclusive as partes mais sólidas do esgoto. Depois o processo de tratamento acontece no Digestor Anaeróbio de Fluxo Ascendente (Dafa), que vai trabalhar a parte química para começar a diluir o esgoto. Nesse processo, os microrganismos são captados e jogados no DAFA e depois são levados para o tanque de aeração, onde ocorre um processo biológico do esgoto. A parte final é o decantador, que é um tratamento terciário. Neste, o lodo já vai ter sido retirado e já há condição do líquido ser levado ao destino final, que é o sistema ultravioleta, que vai promover a filtragem do esgoto através de um processo químico mais depurado. Por fim, após todo esse processo, o líquido pode ser despejado no riacho da Marcela”, explicou Graciliano.

Saneamento em Sergipe

Sergipe investe mais de R$ 1 bilhão nas áreas de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem e construção de adutoras. São obras na Grande Aracaju e nos municípios do interior, que já foram concluídas, estão em andamento ou serão iniciadas, e que vão garantir melhores condições de vida para a população, além de serviços de saneamento básico e distribuição de água com qualidade.

Esse tipo de intervenção recebe apoio do programa Águas de Sergipe, que resulta de contrato firmado entre Governo do Estado e Banco Mundial (Bird), no valor de US$ 117,125,000.00. A iniciativa tem como finalidade a melhoria da qualidade da água da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe. O programa tem mais de 80 ações previstas para serem realizadas. A coordenação é da Semarh e fazem parte Deso, Cohidro e Emdagro.

por Agência Sergipe

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