17 Junho 2020 - 22:43

Enfermeiros do Hospital de Campanha são exemplos de dedicação no combate à covid-19

Em todo o mundo, profissionais de diversas áreas da saúde têm se dedicado a tratar os infectados pelo coronavírus. Na linha de frente dessas ações estão os profissionais de enfermagem contratados temporariamente para atuarem no Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar, construído pela Prefeitura de Aracaju no Estádio João Hora de Oliveira para assistir a pacientes com covid-19.

A profissão nasceu como prática social ligada aos elementos que compõem a existência e a vida humana, e essa premissa é seguida com bravura por cada profissional que deixa suas casas e suas famílias para aturarem na linha de frente como verdadeiros soldados, diante de um inimigo desconhecido e invisível que vem ceifando milhares de vidas mundo afora.

Diante das incertezas provocadas pela pandemia, a vontade de ajudar o próximo e colocar em prática a empatia tornam-se as principais armas dessa classe para cuidar das pessoas no momento em que elas mais precisam.

"São muitas emoções. Vivenciamos aqui muitas histórias tristes e também de superação. Eu estou começando a minha carreira e já começo com esse impacto. O que me frustra é que as pessoas que estão do lado de fora não têm noção do sofrimento dos pacientes que estão aqui dentro. Se elas soubessem, não estariam indo à praia, lotando terminais, seriam mais conscientes. Vemos pessoas idosas que não deveriam passar por essa situação. Ao invés de deixarem a vida de maneira natural, morrem dessa maneira dramática. Tem muita gente que diz que é jovem e diz que não vai se infectar, mas e os outros mais idosos e com comorbidades? Percebo que não está havendo empatia nesse momento crítico", afirma emocionada a enfermeira Paloma Keise, de 24 anos.

Fabrícia Santos Smith, 38, atua como enfermeira há cinco anos. Ela conta que levará a experiência de trabalhar no HCamp para toda a vida. "Sabemos que essa pandemia está afetando todas as pessoas. É gratificante prestar essa assistência qualificada e dar um apoio aos pacientes, ao mesmo tempo em que existe um certo receio, porque é um vírus que está sendo estudado. Então, sabemos da nossa importância nesse momento. A vontade que tenho de ajudar é extremamente gratificante", diz, ao frisar que também recebe irrestrito apoio da família. "Meu marido é o meu maior incentivador".

Com oito anos de experiência em enfermagem, Natali Emanuela, 27, revela que o que a motivou a participar do Processo Seletivo Simplificado realizado pela Prefeitura de Aracaju, para contratação temporária de profissionais, foi o desafio de atuar num cenário desconhecido.

"Está sendo uma experiência nova. Já passei tanto pela rede hospitalar quanto pela rede primária, e na rede hospitalar eu tive a experiência de atuar em todos os setores, mas aqui é tudo novo, é uma experiência completamente diferente. Não temos tantos conhecimentos sobre a doença. É inevitável não nos envolvermos emocionalmente. Os pacientes também já vêm com medo, deprimidos. É algo que nos dará crescimento profissional, mas o mais importante, nos ajudará a crescer como pessoa. A gente sai de casa e não sabe o que vai encontrar. Nós, como profissionais, tentamos doar um pouco de carinho para diminuir a ansiedade deles. Tenho filho, mas não tem como eu ficar longe dele. Faço a higienização total, mas mesmo assim fico apreensiva", conta Natali.

Opinião semelhante tem Renata Moura, que exerce a profissão há cinco anos. "A experiência está sendo ímpar, porque tivemos que nos adaptar com essa doença nova. Está sendo importante esse enriquecimento profissional e vamos levar para o resto da vida. A minha sensação é de dever cumprido, é gratificante trabalhar aqui e ajudar essas pessoas, fazendo com que elas retornem para casa. Mas foi para isso que nos formamos".  

por Secom - Aracaju

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