O Tico não é o Teco
Segundo especialistas, o movimento sindical moderno tem cinco missões: representar, organizar, reivindicar, educar para a cidadania e lutar por justiça social. Descumprir essas missões ou inverter a ordem, pode descaracterizar sindicatos, transformando-o em apenas “grupelhos” que se valem de uma condição estabelecida em lei para ter estabilidade no emprego, um certo prestígio na sociedade e/ou uma forma de ocupar espaço dentro da política partidária.
Foi, portanto, pelo cumprimento dessas missões, que o Francisco Sousa Guerra venceu as eleições desta sexta feira sendo reeleito para mais quatro anos à frente do Sindicato dos Servidores Públicos de Penedo.
Não se faz mais sindicalismo de porta de fábrica, de piquete, de protesto, armados com megafone, bandeiras e palavras de ordem. O mundo mudou. No época da Revolução Industrial, quando o sindicalismo deu os seus primeiros passos, esse tipo de ação por parte dos trabalhadores era mais do que necessária, era vital. Lutava-se não apenas por melhores salários e condições de trabalho, defendia-se a vida porque a morte era direito dos patrões. Basta lembrar o episódio de 1857 que deu origem ao Dia Internacional da Mulher onde mais de cem mulheres operárias foram barbaramente assassinadas simplesmente porque reivindicavam melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho de 16 horas e salários iguais aos dos homens.
O Sindicalismo atual tem outra cara. A sociedade foi organizada, a legislação oferece garantias constitucionais e trabalhistas e os sindicatos se reestruturaram.
Hoje, predomina o diálogo nas negociações, inclusive porque é imprescindível levar em consideração nas ações sindicais as chamadas condições sócio econômicas do país e do mundo, o mercado de trabalho e a política partidária que formata os governos.
É inegável que Tico, como é conhecido, foi impelido para os caminhos do sindicalismo pelo envolvimento de sua função de Procurador do Município e pela crise vivenciada pelo sindicato onde denúncias de inúmeras irregularidades levavam o Sindispem à mais completa desmoralização perante os seus representados.
Foi ele quem, naquele momento, assumiu o compromisso de representar os servidores públicos, organizando o Sindispem, restabelecendo a ordem, ordenando as pendências e resgatando a credibilidade.
É o Tico quem, ao discutir com cada categoria sua missão, suas carências, suas reivindicações, direitos e deveres, educa os servidores para o efetivo exercício da cidadania e, por fim, é ele quem está lutando por justiça social quando dialoga com os gestores públicos, reivindica direitos, garante conquistas e zela pelo bem estar do servidor através de ações que melhoram sua qualidade de vida.
Esse é o sindicalismo moderno, atuante, construído no dia a dia com ações concretas e não apenas com discursos ultrapassados e estéreis que remetem à mais obsoleta ideologia.
Os servidores público de Penedo reconheceram isso e o reelegeram, numa disputa valorizada pela participação do sindicalista, radialista e ex-vereador Jorge Seixas Serapião que, inegavelmente, teve o apoio de alguns segmentos da administração municipal, com o envolvimento direto de aliados e afilhados do atual prefeito.
Agora, cabe ao Tico, que não é o Teco, repensar o que foi feito e fazer o que foi proposto durante sua campanha. É assim que agem os que estão preparados para fazer história. E se o conheço bem, como penso, ele deseja deixar seu nome gravado na história honrosa do Sindispem e de Penedo.
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