Folclore no Rádio - A Desova e o Palpite Infeliz
Palpite Infeliz
A história do rádio penedense é farta em acontecimentos hilários. O rádio é assim: vibrante, autêntico, preciso e na maioria das vezes, irretocável.
Na década de 60, no auge da Emissora Rio São Francisco, Ubiratan Guimarães operava as carrapetas da ZYH 246, e a rádio transmitia, diretamente do Palácio Episcopal o pronunciamento diário do então bispo de Penedo, Don José Terceiro de Souza.
A fala do chefe espiritual da Diocese ia ao ar todos os dias, logo após a apresentação da Hora do Brasil e era acompanhada atentamente por toda a comunidade católica que ouvia, através das ondas médias, a palavra e as bênçãos de seu Pastor.
Ao final de cada pronunciamento, feito em clima de veneração espiritual, os ouvintes, contritos, recebiam a benção em latim:
- Et benedictio Dei omnipotentis, Patris et Filii et Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper.
(Tradução: E que a bênção de Deus Todo Poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo desça sobre vós e permaneça para sempre. Amém).
Dos estúdios da São Francisco, a Voz da Unidade Nacional, sai então do vozeirão de Nelson Gonçalves, os versos da música de Noel Rosa:
“Quem é você, que não sabe o que diz.
Meu Deus do céu, que palpite infeliz”
A Desova
O telefonema de um ouvinte ao Departamento de Jornalismo da rádio Penedo FM informou sobre a localização de um corpo na zona rural do município e imediatamente deslocamos a nossa unidade móvel com PC (Paulo César) e Rafael Medeiros para o local onde o corpo teria sido “desovado”.
Plantão de notícia, entrevista com o pessoal da Polícia Militar e da Polícia Civil, fotos, etc...etc...etc...
Mais tarde, recebemos a visita de uma amiga que contou sobre a interpretação de dois ouvintes.
No balcão de um supermercado de Penedo, dois funcionários conversam:
- Amigo, você ouviu a rádio? Encontraram um corpo.
- É verdade – disse o interlocutor – o corpo foi desovado.
- Que maldade, bicho, será que arrancaram os ovos do cara quando ele estava vivo ou quando estava morto?
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