S.O.S Travessia de Balsa
Os espoliados e sofridos usuários das balsas que fazem a travessia Penedo-Passagem, alarmados e indignados com o impiedoso tratamento a que estão submetidos e jogados à própria sorte, sem um órgão fiscalizador que coiba os excessos e abusivos aumento nas passagens de veículos, tornando-se vítimas indefesas da burrice empresarial, cegos pelo lucro exorbitante, lamentável exemplo da exploração impune e da ganância desenfreada, vêm com o presente pedido de socorro oferecer publicamente tentadora recompensa a quem os informar qual a autoridade competente que possa livrá-los das garras afiadas dos seus brutais e insensíveis algozes.
Sabemos que toda prestação de serviço deve ser merecidamente recompensada. Isso vem a significar que descontados todos os gastos gerais de manutenção, o lucro deve manter-se num índice aceitável para as duas partes. As tentações do lucro fácil devem ser exorcisadas para evitar que os olhos, num inevitável processo de degeneração, não fiquem maior do que a cara e venham a desvirtuar por completo as leis racionais do comércio. Os que fazem as duas empresas que exploram os serviços da travessia, ainda têm tempo de se medicar para reverter a desenfreada ambição pelo lucro. Os preços atualmente praticados, variáveis segundo o tamanho dos veículos, são incompatíveis com o pequeno percurso num tempo aproximado de cinco minutos. Somente numa distância e tempo três vezes superior provavelmente se justificasse os valores cobrados, acrescidos de um cafezinho num indispensável gesto de cortesia. Pelo menos é assim que se comportam as raposas, os mestres do comércio que tem uma visão muito além do umbigo.
A regra primordial do comércio não é a prática do preço exorbitante, mas o bom tratamento à clientela que tende a crescer, resultando no êxito do empreendimento. Acontece que essas regras não interessam aos empresários em referência. Eles têm a faca e o queijo na mão, podendo prevalecer do beco sem saída em que se encontra o usuário que necessitando atravessar, é obrigado a oferecer o pescoço à guilhotina. Se quiser recusar o supremo sacrifício, só existem duas alternativas, usar a ponte Propriá-Porto Real do Colégio ou deixar o carro se o destino não for de longa distância.
Sucede que nada dura para sempre e as coisas podem mudar. No passado, bem a propósito, lembramo-nos que para justificarem os preços abusivos, alegaram os custos de manutenção e a crescente redução de veículos na travessia. Encurralados pela extorsão, não será bem provável que os usuários encontrem uma chave que os livre das algemas do pequeno cartel de olhos enormes e visão obscura? Nesse sentido, é bem oportuno que frisemos, quando uma travessia R$ 11.200,00 pelo dia e 14.200,00 no horário noturno e feriados, gastava-se de combustível de Neópolis a Aracaju a importância de R$12.480,00.
Que acham dessa absurda e incrível realidade? Ela acena atualmente para o retorno acima? É o que nos parece. Assim, acreditando não estarmos a exagerar nos nossos adjetivos, que qualificam para desqualificar a estatura dos empresários da travessia em tela, lamentamos que os mesmos, estando a sofrer a nostalgia do passado inglório, comecem a pintá-lo mais uma vez com as cores da burrice, da cegueira e irresistível ganância do lucro fácil, compatível com a inabilidade dos nanicos do comércio.
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