Railton Teixeira

Railton Teixeira

É estudante de jornalismo na Universidade Federal de Alagoas

Postado em 26/12/2010 08:01

Ariano Suassuna Doutor Honoris Causa

É uma pena que muitos dos alagoanos não conheçam, ou não associem o nome do mais novo Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Alagoas, que pelas mãos da Reitora, Ana Deise, fora lhe concedido este titulo.

Estamos falando do escritor, poeta, Dramaturgo e Imortal da Academia Brasileira de Letras, Ariano Suassuna, autor de diversas obras importantíssimas para o Brasil, que se destaca no cinema e nos seriados através dos seus impressionantes escritos.

Só a título de informação, a concessão do Honoris Causa, foi criada na Idade Média, sendo o título de maior importância da UFAL, que apenas é concedido para personalidades que se tenha distinguido pelo saber ou por sua atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras. E a entrega do título conserva o mesmo ritual desde quando foi instituída.

Como os alagoanos infelizmente só se lembram das personalidades através de exemplos, se assim posso dizer é um péssimo hábito, mas apenas para refrescar os neurônios e destacar sua importância para a literatura e dramaturgia nacional, o filme “Auto da Compadecida” e a minissérie “Pedras do Reino” que foi exibida pela rede Globo, são de sua autoria.

Como destacou a reitora da UFAL, “Ariano é o maior arauto da cultura brasileira”, e nós alagoanos só privilegiamos as obras, os textos de autores de outros países, ou até mesmo, não gostamos quando autores como Suassuna, destaca e enfatiza o povo, a cultura, o modo de viver dos nordestinos, sentimos uma vergonha das nossas próprias maneiras, das nossas peculiaridades, o que é vergonhoso.

Um outro dado importantíssimo para continuar a nossa reflexão, é o fato do alagoano não ter o costume de ler, de passar horas e horas lendo um romance, uma peça, até um folheto que pegamos temos preguiça de folhear, fato este que se dá ao processo histórico, se nós fomos analisar detalhadamente não daria em tal artigo, mas só o fato de ter tais considerações já nos permite ter uma visão ampla e geral da gravidade da situação.

Mas por outro lado, podemos destacar que a indústria cultural, que é a TV, rádio, cinema, tem uma grande força neste processo de conhecimento e nos permite ter ao menos uma certeza que o alagoano possa conhecer este ícone da literatura e cultura do nosso país, o que de fato é uma pena, pois é através da leitura que ampliamos o nosso universo de conhecimento e o nosso nível de senso critico.

Mas não podemos apenas nos lamentar, principalmente nós que fazemos a cultura neste estado, temos de fazer o nosso papel de formador de opinião, fomentar a leitura nos mais variados níveis da sociedade através do nosso trabalho e fortalecimento da cultura.

Foi assim que fez o nosso mais novo Doutor Honoris Causa Ariano Suassuana, que fez jus ao seu titulo, e é assim que nós como indivíduos agentes da sociedade podemos fazer, para que a leitura seja um instrumento de transformação de uma nova sociedade, através deste elemento podemos fazer uma revolução, não armada e sim “cultural”, formando indivíduos críticos e agentes ativos da mudança.

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