Penedenses nascidos em Arapiraca
A cidade de Penedo sempre se destacou no interior de Alagoas pela qualidade da medicina aqui praticada.
Com bons médicos, das mais diversas especialidades e com uma boa estrutura hospitalar mantida há anos pela Santa Casa de Misericórdia de Penedo, entidade filantrópica bicentenária, e mais recentemente o SEMEP – Serviços Médicos de Penedo, da rede particular, Penedo sempre funcionou como cidade pólo da região do Baixo São Francisco na área da saúde.
Munícipes de Igreja Nova, Piaçabuçu, Feliz Deserto, Porto Real do Colégio, São Sebastião e Junqueiro, além de vários municípios de Sergipe, se deslocam com freqüência à nossa cidade para atender suas necessidades de consultas, exames, tratamentos, cirurgias, etc.
A maternidade da Santa Casa, sempre foi referência para todas as mulheres desta região que precisam dar a luz a seus filhos.
Há pouco tempo atrás, na última campanha política, o deputado Joãozinho Pereira, com origem familiar em Junqueiro, onde seu pai foi prefeito por várias vezes, envaidecia-se, em seus comícios, ao dizer que representaria esta cidade na Assembléia Legislativa, uma vez que aqui havia nascido quando Junqueiro ainda não tinha maternidade e Penedo era a opção para toda a região.
Como parlamentar ele pode representar as duas cidades já que seu mandato é abrangente, mas será que ele é penedense ou junqueirense?
Recentemente, com a suspensão do pagamento pela Prefeitura de Penedo do sobreaviso aos cirurgiões e anestesistas, a cidade deixou de atender aos casos de urgência cirúrgica nos finais de semana, ficando como alternativa ao povo de Penedo e região, a Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca.
Da mesma forma, o setor de obstetrícia da Maternidade de Nossa Senhora do Bom Parto, da Santa Casa de Misericórdia de Penedo, não funciona aos finais de semana e as mulheres gestantes penedenses, principalmente aquelas que não podem pagar um hospital particular, precisam ser deslocadas para Arapiraca para terem seus filhos.
E aí nos perguntamos: Filhos penedenses ou arapiraquenses?
Triste realidade para uma cidade que já teve tudo e atualmente não consegue garantir o nascimento de seus filhos em seu próprio solo.
Nasci na maternidade de Penedo, mesma cidade onde meus pais nasceram, não tendo nada contra a cidade de Arapiraca, mas tenho orgulho em dizer que sou natural de Penedo, cidade que está na minha certidão e no meu coração.
Hoje, ao ouvir relatos dramáticos de mulheres que perderam seus filhos por falta de assistência na hora sagrada do parto e o depoimento de homens que, entristecidos, lamentam não poder ostentar a naturalidade penedense na certidão de nascimento de seus filhos, não posso deixar de registrar minha tristeza e indignação pela falta de critério com que as políticas públicas de saúde em minha cidade estão sendo conduzidas.
O mínimo que se pode garantir às crianças que estão chegando ao mundo é o direito de nascer em seu próprio chão. Atualmente, em nossa Penedo, não é possível sequer assegurar a esses pequeninos cidadãos o orgulho de ser penedense.
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