10 Maio 2009 - 07:33

Uma em cada 13 cidades do NE decreta emergência

Pelo menos uma em cada 13 cidades do Nordeste já decretou situação de emergência por causa das chuvas que atingem a região desde o início de abril. São 141 municípios em seis Estados (Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte).

Pelas informações não haveria cidades sob emergência em Alagoas e na Paraíba, embora os dois tenham sido atingidos pelos temporais. O total de mortes já chega a 34. Ontem foram confirmadas cinco mortes --três no Ceará, uma na Bahia e outra no Maranhão.

Com o reconhecimento da situação de emergência, um município pode fazer compras sem licitação, entre outras facilidades. A Defesa Civil avalia os casos. Se os pedidos forem homologados, os municípios passam a receber os benefícios.

Ajuda militar

O Exército mobilizou 710 homens para atuar em 11 municípios no Maranhão, no Piauí e no Ceará. Os militares trabalham em resgate de vítimas, transporte de pessoas e móveis e distribuição de donativos.

O maior contingente está no Maranhão -Estado com o maior número de cidades em situação de emergência (61 das 217) e com nove mortes-, onde as tropas tentam recuperar duas rodovias federais.

Uma ponte militar flutuante está sendo levada de caminhão do Rio Grande do Sul para recompor um trecho da BR-316, entre São Luís e Trizidela do Vale. A viagem deve levar pelo menos seis dias.

Segundo o Comando Militar do Nordeste, há 437 militares trabalhando em seis cidades maranhenses, incluindo São Luís. Outros 123 atuam em Teresina e em Barras, no Piauí. As tropas devem permanecer nos Estados por ao menos 30 dias.

Em Salvador (BA), onde o número de famílias atingidas chega a 225, o corpo de uma mulher arrastada pela enxurrada foi localizado ontem, elevando a seis os mortos na cidade.

No Ceará, outras três mortes causadas pelas chuvas também foram confirmadas ontem, todas por afogamento. Com isso, o Estado é o que mais tem mortes: 12. Abrigos improvisados em salas de aulas, inundações e falta de acesso exigiram o cancelamento das aulas em ao menos 84 escolas da rede estadual.

Verba inútil

O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, disse que é inútil enviar dinheiro já para reconstruir os Estados atingidos pelas cheias, já que as cidades estão "debaixo d'água".

Segundo ele, até uma medida emergencial, como a liberação de R$ 300 por família para retirá-las de abrigos e custear o aluguel de moradias, é inócua, porque é "difícil encontrar casa para alugar nesta situação". O ministro participou de reunião com o governo da Paraíba para avaliar a situação no Estado.

No entendimento de Geddel, responsável pela Defesa Civil, a solução definitiva dos problemas causados pelas chuvas não depende só do Estado, mas também das pessoas que assumem o risco de viver em áreas impróprias, como encostas e margens de rios.

"É preciso um trabalho de convencimento [para retirá-las] que não é fácil."

por Everson Belo/Maceió em Dia

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