17 Outubro 2017 - 09:39

Igualdade entre homem e mulher pode agregar US$ 28 trilhões ao PIB até 2025

A promoção da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres poderia agregar US$ 28 trilho es ao Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025, informa o relatório Situação da População Mundial 2017 lançado hoje (17) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

Segundo o documento, estudos apontam uma associacão positiva entre igualdade de gênero, PIB per capita e ni veis de desenvolvimento humano e a redução das desigualdade de gênero é um fator determinante para que o mundo consiga atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em 2030.

Mas esse cenário está longe de ser atingido. Dados do relatório mostram que os homens ocupam 76% da força de trabalho global, enquanto as mulhres representam 50%. A pesquisa mostra ainda o valor pago às mulheres corresponde a 77% aos dos homens.

Além disso, em razão das desigualdades, apenas metade das mulheres em todo o mundo possui emprego remunerado. Outro dado alarmante: das mulheres que conseguem entrar no mercado, em todo o mundo, 3 em cada 5 não têm acesso a licença maternidade, e muitas pagam “penalidade pela maternidade”.

De acordo com o relatório, esses números mostram que as desigualdades em sau de e direitos sexuais e reprodutivos têm um impacto “evidente” na desigualdade econômica. “O que significa que para as mulheres de qualquer lugar, a gravidez e a criac a o dos filhos podem significar a exclusa o da forc a do trabalho ou sala rios mais baixos”.

Segundo o relatório, as mulheres mais pobres são as mais atingidas. “Em muitos pai ses em desenvolvimento, as mulheres pobres, que esta o nos 20% inferiores da escala de renda, e principalmente aquelas nas a reas rurais, têm menos probabilidade de acesso a contraceptivos e cuidado durante a gravidez e o parto do que suas contrapartes nas a reas urbanas mais ricas.”

Sem acesso a contracepc a o, as mulheres pobres, especialmente as menos instrui das e que moram em a reas rurais, “esta o em maior risco de uma gravidez na o intencional. Isso pode gerar riscos de sau de e repercusso es econo micas por toda a vida. A falta de poder para decidir se, quando ou com que freque ncia engravidar pode limitar sua educac a o, atrasar a participac a o na forc a de trabalho remunerada e reduzir os ganhos.

A pesquisa mostra que o acesso limitado ao planejamento reprodutivo reflete em 89 milhões de gravidez não intencionais e 48 milhões de abortos em países em desenvolvimento todos os anos. A UNFPA diz que a cada US$ 1 gasto em servic os contraceptivos reduz o gasto de assiste ncia relacionada a gravidez em US$ 2,22.

Os números mostram ainda que “em 2015 houve aproximadamente 14,5 milho es de partos de adolescentes em 156 pai ses, territo rios e outras a reas em desenvolvimento”. A maioria dos partos de adolescentes no mundo (95%) ocorre nos pai ses em desenvolvimento e nove de cada dez desses partos ocorrem em um casamento ou uma unia o.

Esses casamentos infantis costumam ser mais frequentes em pai ses onde a pobreza e extrema e entre os grupos mais pobres nos pai ses. “As adolescentes (entre 15 e 19 anos de idade) nos domici lios que esta o entre os 20% mais pobres nos pai ses em desenvolvimento te m cerca de tre s vezes mais partos do que as adolescentes nos domici lios que esta o entre os 20% mais ricos. As adolescentes em a reas rurais te m, em me dia, duas vezes mais partos (taxa por 1mil mulheres) do que suas contrapartes nas cidades”, diz o relatório. 

por Agência Brasil

Comentários comentar agora ❯