10 Dezembro 2013 - 20:01

Comissão de Direitos Humanos divulga relatório de homicídios em Alagoas

A Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL), divulgou nesta terça-feira,11, o “Relatório Anual de Violência Praticada Contra a População de forma geral no Estado de Alagoas” nos anos de 2012 e 2013.

Durante a entrevista coletiva, ocorrida na Sala dos Conselhos da Ordem, concedida pelo vice-presidente da Ordem, Ednaldo Maiorano; pelo presidente da Comissão, Daniel Nunes; e pelos advogados Graça Carvalho, Leandro Ribeiro da Silva e Jonas Cavalcante Guimarães, que também integram a Comissão, foram apresentados números que teve, como base, informações veiculadas na imprensa, dados colhidos junto ao Instituto Médico Legal e dados enviados por organismos da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds).

De acordo com o levantamento, foram praticados, no geral, 2.227 homicídios em Alagoas, em todo o ano de 2012, e 1.874 em 2013, entre os meses de janeiro e outubro. A maior parte desses crimes ocorreu contra jovens com idades entre 15 e 25 anos. Só em 2013 entre janeiro e outubro, foram 904 jovens assassinados, sendo 868 homens e 36 mulheres.

Segundo Daniel Nunes, a comissão recebeu, entre as denúncias, informações sobre casos de tortura. Ele também explicou que esse trabalho de monitoramento dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), os homicídios, já vem sendo desenvolvido há algum tempo pela OAB/AL através da Comissão de Direitos Humanos.

Daniel Nunes também falou sobre o perfil das vítimas de homicídio em Alagoas. “A maioria das mortes é de jovens negros e pobres, entre os 15 e os 25 anos”, afirmou. O presidente da Comissão também defendeu a necessidade de apuração dos crimes sem resolução. “Todos os crimes cometidos em Alagoas precisam ser resolvidos. É preciso que sejam instaurados inquéritos de forma correta”, defendeu.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/AL avalia ainda que Alagoas tem poucos policiais militares para atuar na segurança pública. “O problema da segurança pública em Alagoas é a falta de policiais, não falta de Polícia. Não temos policiais suficientes para cobrir o Estado de Alagoas”, disse.
O vice-presidente da OAB/AL Ednaldo Maiorano destacou a importância desse trabalho feito pela instituição de monitorar os dados sobre a violência em Alagoas. “O que mais preocupa é a efetividade desses números na esfera social”, disse, acrescentando: “O que mais a sociedade alega é o sentimento de aprisionamento com o crescimento da violência”.

Maiorano garantiu: “A OAB/AL sempre estará em vigília constante”. Ele também destacou a importância do papel da imprensa nesse processo. “O papel da imprensa é necessário na sistemática dessas informações. É muito importante pra que a sociedade participe desse processo”, afirmou. O vice-presidente da OAB/AL também falou sobre a necessidade de investimentos do Poder Público na área social. “Não adianta ter divulgação de amplo investimento de política relacionada à segurança pública e esquecer o investimento em outras ações sociais”, declarou.
 

por Roberto Lopes com informações da OAB/AL

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