A Comissão da Verdade dos Jornalistas Alagoanos realizará tomada de depoimentos nesta terça-feira, 14\05, para ouvir integrantes da categoria vítimas da ditadura militar. Os depoimentos foram marcados para as 9 horas da manhã, na sede do Sindicato dos Jornalistas (Sindjornal), situado à rua Sargento Jaime, 370 - Prado. Serão ouvidos os jornalistas Pedro Oliveira e Paulo Newton. Eliete Ferrer, integrante do Grupo Tortura Nunca Mais, do Rio de Janeiro e presa política durante a Ditadura Militar estará presente.

Desde que foi instalada, no final de março, a Comissão vem realizando reuniões internas para levantamento de dados iniciais e planejamento dos trabalhos. Alguns depoimentos já foram tomados como do jornalista Valmir Calheiros e do advogado Mendes de Barros. “Também estamos ouvindo familiares das vítimas e pessoas que mesmo não sendo jornalista tenham conhecimento de fatos que possam ajudar a registrar a memória. Além disso, estamos fazendo um levantamento documental, que será juntado ao relatório final a ser encaminhado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)”, informa a presidente do Sindjornal, que também preside a Comissão.

Dirigentes do Arquivo Público de Alagoas e do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas já foram contatados e, segundo o coordenador da Comissão, jornalista Edberto Ticianeli, já deram sinal verde para a consulta à documentação referente ao período da ditadura.

“Estamos ultimando outros contatos com dirigentes dos cursos de Jornalismo, História, Biblioteconomia e Direito, de faculdades públicas e privadas para que a comissão possa ter o reforço dos estudantes, como atividade extracurricular, devidamente certificada, nesse trabalho de captação de informações”, afirmou Ticianeli.

O objetivo da Comissão, integrada ainda pelos jornalistas Anivaldo Miranda, Adelmo dos Santos, Olga Miranda e Graça Carvalho, é também identificar episódios de censura ocorridos nas Redações de jornais, rádios e televisões, relacionados no mesmo período.

Plantão – A Comissão definiu que todas as terças-feiras haverá, no mínimo, dois integrantes, das 9 às 12 horas, na sede do Sindjornal para entrevistar jornalistas que, de alguma forma, sofreram represálias no exercício profissional de 1964 a 1985, familiares das vítimas e pessoas que tenham informações que possam contribuir para registro dos fatos.  

por Sindjornal