Assentados de todas as regiões de Alagoas comercializaram, de quarta a sexta-feira da última semana, 150 toneladas de produtos em mais uma feira de produtos da reforma agrária, realizada na região central de Maceió. Foram 120 trabalhadores rurais ligados ao Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST) que trouxeram frutas, legumes, vegetais, animais e alimentos com matéria-prima produzida nos assentamentos.
“Se não fosse a estiagem que está maltratando não apenas o Sertão, mas até a Zona da Mata, chegaríamos a quase 300 toneladas de produtos comercializados”, disse Josival Oliveira, coordenador nacional do MLST. “Com todas as dificuldades trouxemos produtos de qualidade como macaxeira, inhame, banana, abacaxi, melancia e laranja; além de animais, como galinha, peru, carneiro e pato”, completou.
Seu José Santino, de 49 anos, e há 11 no assentamento Varese, no município de Atalaia, esperava produzir 15 mil pés de inhame; mas, devido à estiagem, perdeu 9 mil sementes esperando a chuva chegar para plantar. “Só consegui plantar 6 mil pés. Perdi mais da metade da produção”, lamenta.
Dona Maria José Silva, assentada há 12 anos em Dom Hélder, em Murici, veio vender pé-de-moleque e tapioca. “A gente plantou pouco esse ano e só deu pra colher 30 sacas de macaxeira”. Dona Maria disse que vendeu tudo que plantou e, para não deixar de participar, comprou a farinha. Mas não desanima ao dizer que, mesmo com seca, se procurar peixe pra comer, encontra. “Tenho dez filhos, mas não passamos fome na minha terra”, diz orgulhosa.
A superintendente do Incra, Lenilda Lima, disse que o exemplo dos feirantes são uma amostra da força do povo do campo. “Isso nos faz acreditar ainda mais na reforma agrária, e nos motiva a trabalhar ainda mais pelo desenvolvimento dos nossos assentamentos”, afirmou.
por Assessoria
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