20 Setembro 2016 - 15:18

Interiorização da Ufal em Penedo traz novas oportunidades para a região

Assessoria
Professor Alexandre, coordenador da UE Penedo

A histórica cidade de Penedo, um dos primeiros núcleos de povoamento do território alagoano, também foi contemplada com o processo de interiorização da Universidade Federal de Alagoas, em setembro de 2006, que criou o Campus Arapiraca e seus polos.

Além de cultura e de um belo patrimônio arquitetônico, o município situado às margens do Rio São Francisco passou a sediar uma Unidade de Ensino da Ufal que conta, hoje, com 712 estudantes e cinco cursos de graduação, sendo quatro bacharelados (Engenharia de Pesca, Turismo, Sistemas de Informação e Engenharia de Produção) e uma licenciatura (Ciências Biológicas). Destes, somente os dois primeiros possuem formandos, os outros três ainda estão no segundo ano de funcionamento. Os cursos de Ciências Biológicas e Sistemas de Informação possuem turmas à noite e, segundo o professor Alexandre Oliveira, coordenador da UE de Penedo, há planos para criação de cursos de pós-graduação em breve.

Para Alexandre, a maior contribuição que a interiorização proporcionou ao povo penedense foi o orgulho. “Com certeza, a população tem orgulho em dizer que em sua cidade funciona uma Unidade Educacional de Ensino Superior. Com a Ufal, Penedo recuperou vários eventos de tradição nas áreas de cultura e arte, educação ambiental, questões socioculturais, história e turismo, valorizando e resgatando tradições e sua identidade como cidade destaque de Alagoas”, conta. Durante o processo de interiorização, todos os cursos implantados foram pensados na formação de recursos humanos com importante função no desenvolvimento da cidade e dos locais vizinhos, por isso, o professor destaca que após a chegada da Ufal há um salto no desenvolvimento da região.

Ele conta que a expansão da Universidade em Penedo trouxe excelentes frutos para a cidade e também para a Instituição: “Não posso deixar de destacar como a Ufal transformou vidas. Graças ao programa de expansão das IES [Instituições de Ensino Superior], e mais precisamente da Ufal, tivemos a oportunidade de oferecer à população um ensino superior de qualidade, sem que os 'filhos' de Penedo e região precisassem ir para a capital e deixassem o seio de suas famílias, mantendo, desta forma, os cidadãos em suas localidades de origem. Além disto, proporcionou a diversas famílias sem condições de financiar os estudos na capital, a concretização do sonho de ver seus filhos numa universidade federal gratuita e de qualidade”.

Alexandre fala com orgulho dos ex-alunos, que hoje fazem a cidade crescer e se desenvolver. “Como docente, sinto-me extremamente orgulhoso em saber que muitos de nossos ex-alunos são hoje mestres, alguns já atuando como docente no ensino superior e médio, participando de programas de mestrado, atuando como servidores públicos, entre outros que, principalmente, atuam em sua área de formação. A expansão proporcionou ainda a alguns estudantes a participação em programas de intercâmbio, sendo que os estudantes foram para diversos países como México, Espanha, Portugal e até mesmo China. Vale destacar que nossos alunos concorrem com discentes de toda a Ufal nos diversos editais”, reforça.

“Como pesquisadores, pudemos trazer para o interior estudos que se tornaram, e que se tornarão, de grande utilidade para o resgate de tradições, com o desenvolvimento de metodologias e valorização de um bem que só a Ufal Penedo tem: o ainda belo e charmoso Rio São Francisco”, diz. “Como coordenador geral de uma equipe extremamente competente, tanto de docentes como técnicos, destaco a força de vontade de transformar a Ufal Penedo em um centro de excelência não só para Alagoas, mas também para o Brasil”, destaca Alexandre.

Formação de qualidade que dá retorno à Instituição

A assistente social Joelma Trajano foi aluna da Universidade Federal de Alagoas e agora faz parte da equipe de servidores em Penedo. Para ela, a possibilidade de estudar sem precisar mudar de cidade, ou se deslocar para a capital, é o grande ponto positivo da interiorização. “Hoje, atuando no interior, vejo que muitos alunos não precisam mais deixar sua cidade; continuam seus estudos, com um retorno para a família e para o desenvolvimento de Penedo”, diz Joelma, que é de Maceió, mas fica em Penedo durante a semana trabalhando no Núcleo de Assistência Estudantil (NAE), setor ligado a Pró-reitoria Estudantil (Proest).

Joelma, a única na família com nível superior pela Ufal, vinda de escola pública, sabe da importância da educação para o desenvolvimento pessoal. “É visível a relevância que a instituição tem para a cidade, o comércio local, o desenvolvimento socioeconômico, as ações culturais. Temos ex-alunos atuando em diversos campi e até mesmo como professor substituto na própria unidade. As conquistas são muitas; mas também ainda temos que melhorar a infraestrutura e contratar mais servidores docentes e técnicos. Sem dúvida, a interiorização das universidades aponta para um processo de transformação da realidade social local e nós que fazemos a comunidade acadêmica e a sociedade temos o dever de lutar por uma educação de qualidade. Eu me sinto triplamente desafiada nesse contexto, como cidadã, ex-aluna e agora servidora dessa instituição que, sim, me proporciona grandes emoções”, finaliza.

Enquanto isso, o estudante de Sistemas da Informação em Penedo, Jadson Paulo de Lira Barbosa, conta que sua experiência como aluno da Ufal é um sonho realizado. “Estudar na Ufal é uma experiência única, o curso é novo e boa parte da comunidade penedense não sabe da sua existência, mas estar aqui hoje é um sonho que posso realizar”. Jadson, que é aluno da Universidade desde 2014, diz que a interiorização traz oportunidade para quem não tem condições de sair da cidade para estudar. Sobre o que mais tem marcado sua trajetória acadêmica ele é enfático: “O contato com a maioria dos professores é marcante pela experiência deles, os eventos da Universidade acrescentam demais em nossas vidas e para toda a comunidade ribeirinha”.

Assim também pensa a ex-aluna e atual professora substituta Karlinne Cordeiro. Nascida em Penedo e ingressante no curso de Turismo, no ano de 2007, ela conta que foi com a interiorização que se tornou possível a aproximação da comunidade penedense com a graduação. “Levando em conta que o custo para ir até a capital ainda é alto, a graduação era uma realidade restrita. Com a chegada da Ufal, foi notório o aumento de penedenses com nível superior, além das atividades que a Universidade faz frente à comunidade, através dos projetos de extensão, que é um dos pilares para a educação”, explica.

Além disso, Karlinne destaca a contribuição social da Universidade para o povo de Penedo, com as pesquisas e análises sobre o município e adjacências, feitas pelos próprios estudantes em Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCC´s) e atividades acadêmicas durante a graduação. “A Universidade também propõe e apoia diversos eventos culturais, criando renda de maneira indireta, como o Festival de Cinema Universitário, Festival Gastrônomico, Reunião da Sociedade Brasileira para o Estudo dos Elasmobrânquios, dentre outros, apresentando assim a cultura de Penedo aos visitantes. E mais, com a vinda de pessoas para estudar ou trabalhar na Ufal, automaticamente, precisam alugar imóveis, fazendo com que a renda fique na cidade” afirma.

O plano da professora é continuar se qualificando e seguir a carreira da docência no ensino superior. “Quero dar um retorno de meu conhecimento e contribuir para as demais gerações. A época em que era acadêmica, o curso foi a base para muitas oportunidades, como estágios em empresas renomadas, na Administração Pública, monitorias e Empresa Júnior, que serviram de base para conquistar espaço no mercado de trabalho”. E finaliza: “Com a interiorização da Universidade a sociedade ganha, pois, observando o contexto socioeconômico do município de Penedo e as cidades circunvizinhas, com o passar do tempo, tornou-se necessária a implementação de novos cursos, tendo em vista que os aspectos sociais mudaram no decorrer desta década. Claro que dificuldades tivemos, no entanto, o que diferencia são alternativas para saná-las, sem dúvida foi uma satisfação e aprendizado fazer parte da família Ufal”, relata com a emoção de pertencer à equipe.

por Assessoria

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