02 Julho 2011 - 11:39

Ex-presidente do Brasil Itamar Franco morre aos 81 anos

Agência Brasil

Morreu neste sábado (2), aos 81 anos, o senador e ex-presidente da República Itamar Franco. Ele estava internado desde o dia 21 de maio no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para tratamento de uma leucemia. Segundo o hospital, o tratamento quimioterápico contra a leucemia surtiu efeito, mas, posteriormente, o senador contraiu uma pneumonia, que se agravou.

Itamar Franco foi também governador de Minas Gerais e prefeito de Juiz de Fora.

O corpo de Itamar foi transportado ainda no sábado (2) de São Paulo para Juiz de Fora. O ex-presidente morreu pouco antes das 11h, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

Idealizador do Plano Real

Foi o idealizador e principal defensor do Plano Real, lançado em 27 de fevereiro de 1994, no último ano de mandato do ex-presidente. O plano conseguiu reduzir a inflação e reorganizar a economia do país, além de aumentar o poder de compra das camadas mais pobres da população.

Na época, especialistas consideram o Plano Real o mais amplo programa feito no Brasil com o objetivo de controlar a hiperinflação. Para implementá-lo foram adotados vários instrumentos econômicos e políticos para a redução da inflação, que atingiu 46,58% ao mês, em 1994.

Pelo plano, foi lançado uma nova moeda com o nome de real e organizado um projeto para a elaboração de medidas do governo e execução das reformas econômica e monetária. O plano fortaleceu o então ministro da Fazenda, senador Fernando Henrique Cardoso, que sucedeu Itamar Franco na Presidência da República.

Com a implementação do Plano Real, houve redução da inflação, que era o principal objetivo do projeto, e ampliação do poder de compra da população. Esses efeitos do plano causaram uma reorganização dos setores econômicos nacionais.

Defensor de causas nacionalistas

Dono de um temperamento marcado pela defesa das causas nacionalistas, explosões de humor e espontaneidade, Itamar Augusto Cautiero Franco, de 81 anos, assumiu o comando do Executivo em 1992, com a renúncia do então presidente Fernando Collor de Mello. Durante sua gestão, foi implantado o Plano Real, cujo conjunto de medidas garantiu a estabilidade econômica e o controle da inflação no país.

Na equipe de governo de Itamar estava o senador Fernando Henrique Cardoso, que assumiu, em momentos distintos, os ministério da Fazenda e das Relações Exteriores. Ao lançar-se candidato à eleição presidencial, Fernando Henrique ganhou o apoio de Itamar. No governo Fernando Henrique, eles romperam politicamente. Itamar chegou a pensar em voltar à Presidência, mas desistiu e preferiu concorrer ao governo de Minas Gerais.

Conhecido pelas frases de efeito e opiniões objetivas, Itamar conquistou aliados e adversários ao longo de sua trajetória política. Não poupou antigos colaboradores, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Na campanha em 2010 para o Senado, ele reatou com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), depois de um período de afastamento.

Em 1998, Itamar venceu a eleição para o governo de Minas Gerais. Com o fim do mandato, apoiou a campanha de Lula à Presidência da República e, depois, foi nomeado embaixador do Brasil na Itália, posto que ocupou até 2005. Em 2009, filiou-se ao PPS, partido pelo qual foi eleito senador em 2010.

Em maio, Itamar recebeu o diagnóstico de leucemia e iniciou o tratamento em São Paulo. Em junho, o estado dele agravou-se após uma pneumonia e foi internado no Hospital Albert Einstein. Pelas informações médicas, Itamar reagiu bem ao primeiro ciclo de quimioterapia.

O nome Itamar, contava ele, remete ao local de seu nascimento. O ex-presidente nasceu em alto-mar, em um navio que ia de Salvador para o Rio de Janeiro, em 28 de junho de 1930. O nome da embarcação, segundo Itamar, era Ita. Ele foi registrado na capital baiana, mas a infância e juventude foram vividas em Juiz de Fora, em Minas Gerais, na companhia da mãe, pois ele não conheceu o pai.

Depois de concluir o curso de engenharia civil em Juiz de Fora, o ex-presidente iniciou a carreira política, lançando-se candidato a prefeito e depois a outros postos. Na ditadura militar, ele se filiou ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB), legenda pela qual foi eleito prefeito da cidade mineira por duas vezes.

Em 1975, conquistou o primeiro mandato para o Senado. Em sua carreira, foi eleito mais três vezes para o cargo – incluindo o atual mandato. Na década de 80, entrou no PMDB. Oito anos depois, ele foi candidato a vice-presidente da República na chapa de Fernando Collor pelo Partido da Reconstrução Nacional (PRN). Os dois venceram a disputa na primeira eleição direta que ocorreu no Brasil após a redemocratização.

por Agência Brasil

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