O Partido Social Democrático (PSD), cuja cúpula nacional se reuniu na noite da última quarta-feira em Brasília, já tem previsão para ser fundado. A recomendação definida na ocasião, segundo o senador Sérgio Petecão (PMN-AC), é que as comissões provisórias dos Estados devem autenticar as assinaturas coletadas em apoio à formação do partido em cartório eleitoral até o dia 30 de julho. Em Alagoas, as convenções municipais começaram ontem, e vão até o próximo dia 10.
Segundo o senador, as estimativas para o novo partido são as melhores: das 500 mil assinaturas de eleitores necessárias para a fundação, já foram conseguidas mais de um milhão de apoios em todo o Brasil, de acordo com os depoimentos dos líderes estaduais presentes na reunião, entre eles 53 deputados federais. “No Acre, por exemplo, a meta era de 1.800 assinaturas. Nós já conseguimos mais de 5 mil”, anunciou Petecão. A meta alagoana também já foi batida.
O futuro vice-presidente do PSD em Alagoas, deputado estadual Dudu Holanda, concedeu entrevista ao jornalista Marcos Rodrigues, que comanda o programa Jornal do Povo, na Rádio Jornal AM. Por telefone, ele procurou tranquilizar os simpatizantes do partido, assegurando que a sigla estará apta para a disputa eleitoral de 2012, quando serão escolhidos prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Segundo ele, já estão formadas comissões provisórias em 50 municípios alagoanos, e em outros 42, diversas lideranças já se mobilizam para pedir seus registros no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas.
Durante a reunião, ocorrida na casa do deputado federal Guilherme Mussi, ex-PV de São Paulo, também foram atualizadas as notícias regionais sobre os processos burocráticos de construção do PSD. A grande novidade foi a entrada do grupo do governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), e mais cinco vice-governadores. De acordo com Sérgio Petecão, em 20 Estados a nova sigla já está estruturada – o mínimo necessário para que o partido pudesse existir são nove unidades da federação.
Questionado sobre a filiação de outros deputados estaduais à nova sigla, Dudu Hollanda revelou que o deputado Ricardo Nezinho (PTdoB) se mostrou interessado em integrar o PSD, mas ainda não houve resposta ao convite. Dudu trataria da reunião ontem no plenário da Assembleia Legislativa, mas, como não houve quorum, a sessão não foi realizada.
Dudu lembrou ainda que ainda haverá tempo, após a fundação oficial do partido, para aqueles que possuem mandato se filiarem à sigla. Consultado pelo PPS sobre a legalidade da criação da nova legenda, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não só reconheceu o direito do PSD como concedeu trinta dias para a transição de políticos de outros partidos. “Esta consulta, que seria para prejudicar, muito pelo contrário, nos ajudou, porque teremos mais tempo”, comemorou o deputado.
Depois do registro do PSD, os prazos para apresentação das pré-candidaturas seguem até o dia 7 de outubro, conforme a legislação que regulamenta o processo eleitoral. Dudu, no entanto, orientou aos interessados que o prazo adotado em Alagoas será até o dia 03 de outubro, como medida de precaução, para evitar correria de última hora para atender aos trâmites burocráticos exigidos.
Ele aproveitou também para reforçar o convite a todos os gestores que têm mandato e estão insatisfeitos com suas siglas partidárias, para se juntar ao PSD. “Vamos fortalecer a legenda em Alagoas e tornar o partido forte e grande no Estado”, conclamou. Dudu lembrou que a única sigla possível para aqueles que já detém cargos eletivos migrarem é o PSD.
Quem deve presidir o PSD em Alagoas é o deputado federal João Lyra. Em Maceió, o comando do partido deve ficar com o prefeito Cícero Almeida.
CONVITE – O PSD deve compor uma ampla frente política nas eleições do próximo ano. Ontem, os futuros integrantes da sigla deram mais um passo importante para o fortalecimento desse grupo. Em entrevista concedida ontem à imprensa, o prefeito Cícero Almeida, que deve presidir a legenda em Maceió, fez um convite ao presidente da Câmara Municipal, Galba Novaes (PRB), para integrar essa frente em 2012.
“Compor com Almeida em 2012 é totalmente natural e normal, já que estamos junto há algum tempo. Ele está fazendo um grande mandato e veremos o que reserva no próximo ano”, respondeu Galba, lembrando o histórico político de Almeida e destacando os altos índices de popularidade de sua gestão.
Fundação de novo partido provoca “ciumeira”, diz senador
O projeto de lei de autoria do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) – cujo partido é o mais prejudicado pela criação do PSD -, que pretende determinar a perda de mandato para políticos que deixarem a legenda a fim de fundar outra sigla partidária, deverá passar, obrigatoriamente, por votação do plenário do Senado. O requerimento foi apresentado na quarta-feira à tarde pelo senador Sérgio Petecão, contra a aprovação da matéria em caráter terminativo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
Conforme decisão anterior, o projeto iria para a Câmara dos Deputados após a CCJ do Senado, mas, com o requerimento apresentado por Petecão, que foi assinado por nove parlamentares, conforme manda o regimento da Casa, a matéria precisará seguir os trâmites comuns e ser aprovado pelo conjunto dos Senadores, no plenário.
O senador atribuiu a iniciativa de Demóstenes Torres a uma tentativa do DEM de “emperrar” o trabalho do PSD. Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e principal fundador do partido, era correligionário de Demóstenes, e, com a sua saída, o antigo PFL sofre uma perda irreparável, perdendo a prefeitura mais importante do país.
Segundo Petecão, há uma ciumeira geral entre os outros partidos brasileiros, o que bem gerando essa e outras medidas, no âmbito legislativo e judiciário, para impedir que o Partido Social Democrático (PSD) seja fundado.
por Assessoria
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