02 Outubro 2013 - 14:47

Catadores do Baixo São Francisco são capacitados

Divulgação
Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco tem, em média, 300 catadores cadastrados

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos iniciou nessa terça-feira, 01, o primeiro dia do Curso de Capacitação para Catadores de Materiais Recicláveis que residem no território do Baixo São Francisco Sergipano, local onde foi constituído o Consórcio Público de Saneamento Básico da região ribeirinha e sertaneja. 

A capacitação, que prossegue nesta quarta-feira, dia 2, e somente será concluída na quinta-feira,3, contou com a participação de 30 catadores dos 28 municípios que compõem o Baixo São Francisco. Presente na abertura do curso, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Genival Nunes Silva, confessou que os catadores são a principal razão da lei nacional.

“Ela não teria o êxito pretendido com o encerramento dos lixões a céu aberto em 2014 sem colocar como principal objeto de todo esse cenário nacional vocês, os catadores e coletores de recicláveis”, afirmou dirigindo-se o secretário aos catadores.

“A política não quis varrer da história do Brasil os lixões deixando para trás aqueles que fazem parte de um processo que merece total reconhecimento dentro da política, o catador brasileiro. Diante disso, o Governo Federal destacou em seu texto a inclusão dos catadores no meio social, no exercício da cidadania, valorizando-o profissionalmente como empreendedor, fazendo com que a classe pudesse ser inserida na cadeia produtiva da geração de resíduos e forma ordenada, por meio da formação de associações e cooperativas”, declarou Genival.

O representante do Ministério Público Estadual, José Soares Aragão, é um dos apoiadores e cooperadores do curso de capacitação destinado aos catadores do Estado. Segundo ele, o órgão é militante da causa do catador desde 1999, quando iniciou processo de organização da classe durante processo de retirada das crianças do trabalho nos lixões.

“A Semarh vem somar-se com o ministério. É uma soma de iniciativas que vem por atender a determinação da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Em todos as capacitações que estive acompanhando a minha palavra para os catadores tem sido para que eles acreditem nesse momento que foi iniciado no Estado há 14 anos dento do Ministério Público, e que agora toma corpo com respaldo da lei nacional, a 12.305”, destacou Aragão.

Formado por 28 municípios, o Consórcio Público de Saneamento Básico do Baixo São Francisco tem, em média, 300 catadores cadastrados. Sendo nas cidades de Capela, Nossa Senhora da Glória e Propriá o número de maior concentração desses catadores.

Segundo conta o superintendente do Consórcio Público de Saneamento Básico de Baixo São Francisco Sergipano, José Marcos Oliveira, mesmo antes da política ser consolidada em 2014 a Semarh já havia elaborado a Política Estadual de Resíduos Sólidos. “Então, o curso é fruto de um pensamento planejado que acabou sendo contemplado com um dos principais objetivos da política nacional de resíduos, que é valorizar esses trabalhadores e o seu trabalho”, afirmou Marcos.

O curso ofertado pela Semarh para os Catadores de Sergipe já foi realizado nos territórios Sul e Centro Sul e no do Agreste Central. Para encerrar o ciclo de capacitações -as quais contemplam os quatro territórios do Plano de Regionalização de Resíduos Sólidos do Estado- o próximo território a receber a capacitação ofertada pelo Governo do Estado, através da Semarh, é o da Grande Aracaju. O curso será realizado no período de 15 a 17 de outubro, no município de Laranjeiras, cidade sede do consórcio Público da Grande Aracaju.

O curso

Segundo a coordenadora do Curso de Capacitação, a técnica ambiental da Semarh, Talita Oliveira, os catadores têm recebido a capacitação durante três dias consecutivos, num total de 12 horas/aula. “Para a formação e capacitação dos catadores, o curso promove oficinas privilegiando temas que buscam a autonomia, a função social da atividade da coleta e organização para o trabalho”, salienta a coordenadora.

Com horários de 8h às 12h e das 14h às 18h, os catadores desfrutam de uma didática positiva que discute temas como “Origem do Catador”, texto que aborda o contexto histórico, social e ambiental dos catadores. Essa didática do curso vem sendo ministrada pela técnica ambiental da Semarh, Ismeralda Barreto, especialista em Resíduos Sólidos.

Um parte ímpar do curso é aplicada pelo educador Antônio Neto, que trata com exclusividade sobre o senso empreendedor do catador, uma tarefa com base Política Nacional de Resíduos.

“A oficina proporciona a elevação da auto estima do catador por narrar a importância do processo de organização associativa e cooperativista. Também, o gerenciamento no contexto da catação, negociação e reciclagem. O objetivo é esclarecer os benefícios que a cooperativa oportuniza para eles, encurtando os passos e fortalecendo a inclusão social e de Mercado”, explica o educador.

por Agência Sergipe

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