09 Outubro 2013 - 08:54

Programa de Inclusão Produtiva inicia capacitação com pescadores de Neópolis

Edinah Mary
Objetivo é promover a inclusão e o desenvolvimento social

“Tenho fé em Deus que agora tudo vai começar a dar certo para os pescadores do Betume. A pesca vai voltar a ser fonte de renda pra nós e conseguiremos viver com mais tranquilidade”. Essa é a perspectiva do pescador Josevaldo Dias sobre o programa de Inclusão Produtiva, desenvolvido pelo Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides) em convênio com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), que teve início nesta manhã, 8, no povoado Betume, município de Neópolis.

Com o intuito de promover a inclusão e o desenvolvimento social, fortalecendo os pequenos produtores familiares por meio de apoio às cadeias produtivas de piscicultura, o programa de inclusão produtiva envolve capacitações junto aos pescadores da região. “Hoje é o primeiro dia de uma série de encontros voltados para a capacitação dos pescadores para que eles possam desempenhar a atividade pesqueira de forma qualificada e sustentável. Numa primeira etapa eles irão aprender sobre empreendedorismo e em seguida partirão para as aulas técnicas referentes à criação adequada de peixes em tanque rede, tendo em vista que a pesca artesanal a qual eles estão acostumados é diferente da criação de peixes em tanques rede”, destacou a diretora do Departamento de Renda e Cidadania da Seides, Heleonora Cerqueira.

Na ocasião, o superintendente do Ministério da Pesca e Aquicultura, José Heriberto Pinheiro Vieira, reforçou a importância do projeto desenvolvido pelo Governo de Sergipe e incentivou os pescadores a participarem com dedicação. “É uma satisfação para o Ministério da pesca e Aquicultura se fazer presente na abertura de um curso tão importante não só para os pescadores, mas para toda essa região que desfruta desse grande potencial pesqueiro. Aproveitem essa oportunidade, pois através dela vocês alcançarão autonomia e ainda farão da região onde vivem uma grande produtora de pescado”.

Esse é o grande desejo do presidente da Associação de Pescadores Evangélicos do Betume, Márcio José Feitosa. Para ele, o projeto de inclusão produtiva que se inicia é um privilégio para o povoado Betume e uma chance para desenvolver o potencial que a comunidade tem, por isso deixou um recado para todos os participantes do projeto. “Esse é o momento de acabarmos com a dependência que temos do auxílio defeso e crescermos com muito trabalho, tendo uma renda fixa todo mês para vivermos tranquilos. Então, se queremos crescer temos que agarrar a oportunidade que o Governo está nos dando através desse projeto”, frisou.

O crescimento ao qual o presidente da associação se refere depende do conhecimento que será transmitido ao longo dos encontros de capacitação e que deverão ser bem aproveitados pelos pescadores. Quem garante contribuir com o progresso desse grupo de trabalhadores é a instrutora do curso, Lúcia Matos. “Através de noções sobre cooperativismo e gestão empreendedora, pretendemos regatar nos pescadores a cultura da cooperação e da coletividade, além de trabalharmos questões administrativas e gerenciais, para que a partir daí eles possam ter um bom desempenho enquanto cooperativa e enquanto vendedores”.

Ao falar sobre a necessidade de se adequar a novas formas de produção de pescado, a pescadora Maria Natividade Santos Bezerra disse que não irá desperdiçar a oportunidade oferecida pelo Governo do Estado através do curso de piscicultura. “A gente sai com a rede pra pescar, mas infelizmente não voltamos pra casa com muita coisa. Quando a pesca é de ‘covo’ ainda conseguimos algum peixe, mas está ficando cada vez mais difícil por isso temos que aprender coisas novas, e eu estou aqui pra isso. Já conheço esse projeto lá no povoado Saúde, em Santana do São Francisco, e sei que deu certo, então quero participar pra poder alcançar coisas boas para minha família e para minha comunidade”.

Projeto de Piscicultura

O projeto de piscicultura busca promover a geração de renda para famílias ribeirinhas e com perfil no Cadastro Único. A pretensão é contemplar mecanismos que visem favorecer as potencialidades já existentes no Estado de modo a incrementar economicamente os perímetros urbanos e rurais. Com o fortalecimento dessas atividades, procura-se minimizar a situação de vulnerabilidade da população beneficiária do projeto, promover uma melhoria na qualidade de vida das comunidades inseridas e a fixação dos pequenos produtores com condições de sustentabilidade.

Além de Neópolis, integram o projeto os municípios de Santana do São Francisco, Pirambu, Telha, Ilha das Flores e Graccho Cardoso. O projeto beneficia cerca de 200 pessoas, através de um investimento de R$ 1.997.346,32. Até outubro deste ano, o projeto resultará na comercialização de 27,5 toneladas de tilápia.

por Agência Sergipe

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