09 Outubro 2013 - 14:46

Saúde Mental: Estado de Sergipe avança na assistência

Na próxima quinta-feira, 10, será celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental. A data tem o objetivo de alertar a sociedade sobre a importância do cuidado com a saúde mental e a assistência prestada à população com sofrimento e transtornos mentais. No Brasil, o modelo de atenção para essa população é assegurado pela Política Nacional de Saúde Mental, que garante o acesso aos serviços e equipamentos que promovem a inclusão no convívio em sociedade. Para saber sobre as ações e os serviços realizados em Sergipe, acompanhe a entrevista com Sony Petris, coordenadora Estadual de Atenção Psicossocial.

Ascom/ SES - Como foi feita a Reforma Psiquiátrica no país e qual a importância para a garantia dos serviços que são ofertados atualmente?

Sony Petris – No Brasil, a Reforma Psiquiátrica iniciou com o objetivo de mudar o modelo de cuidado que previa o internamento dos cidadãos com transtornos mentais em hospitais psiquiátricos. A partir desse movimento, os leitos nessas unidades foram reduzindo e a assistência passou a focar na reinserção desse público no convívio familiar e em sociedade. Com isso, as pessoas com transtornos mentais deixaram de ficar internadas e isoladas e, aqueles que haviam perdido os vínculos familiares, passaram a morar em uma residência terapêutica. O modelo prevê que todos, moradores ou não de residências terapêuticas, possam receber o acompanhamento profissional por meio dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), dispositivo que presta a assistência à saúde.

Ascom/ SES - O que são os Centros de Atenção Psicossocial? Quantos existem no Estado?

SP – O Caps é o principal instrumento do cuidado para a pessoa com transtorno mental. Atualmente, Sergipe conta com 38 unidades, sendo 25 do tipo I, 03 tipo II, 03 tipo III, 01 tipo III Álcool e Drogas, 04 Álcool e outras Drogas, e 02 Caps tipo Infantil. Essas unidades acolhem e cuidam de pessoas com transtorno mental moderado e grave e daquelas que fazem uso problemático de drogas, seja álcool, crack ou outra droga. Nessas unidades, a assistência se dá conforme a necessidade de saúde apresentada pelo usuário e segue um projeto Terapêutico Singular, que é elaborado por uma equipe multidisciplinar, pelo familiar e pelo próprio usuário.

Ascom/ SES - Qual a principal diferença entre as unidades?

SP – Os Caps Álcool e Drogas e o Infantil são focados para os públicos específicos. Os demais atendem os usuários em todas as suas necessidades. Já o CAPS III é aberto 24 horas.

Ascom/ SES - Como o usuário tem acesso ao atendimento?

SP - Para ser atendido no Caps o usuário deve se dirigir até a unidade mais próxima de casa. A maioria deles funciona de segunda a sexta feira, das 8h às 17 horas.

Ascom/ SES - Você também se referiu a Residências Terapêuticas? O que elas são?

SP - Com a gradativa redução dos leitos psiquiátricos, as Residências Terapêuticas foram instituídas para reinserir no convívio em sociedade aquelas pessoas que antes estavam internadas. A partir desse novo modelo, o usuário deixou de ser um interno e passou a viver como morador em um lar, recebendo todo o acompanhamento e atenção. A primeira Residência Terapêutica de Sergipe foi instituída em 2002. Atualmente, Sergipe possui 16 Residências Terapêuticas, que servem como lar para 96 moradores. Elas estão localizadas nos municípios de Aracaju (04), Nossa Senhora da Glória (02), Nossa Senhora do Socorro (08), Itabaiana (01) e Lagarto (01).

Ascom/ SES - A Política Estadual de Atenção Psicossocial prevê mais ações? Quais as metas previstas pelo Governo do Estado para os próximos anos?

SP – Até o final de 2014, temos a previsão de ampliar o acesso das pessoas com transtorno mental grave e persistente com a abertura de novos Caps em todo o território sergipano. Também pretendemos implantar ações de inserção social pela geração de trabalho e renda, além de fortalecer as ações de saúde mental na Atenção Básica, na rede Hospitalar e de Urgência. Ampliaremos o cuidado aos usuários de álcool e outras drogas com a abertura de serviços 24 horas e dos consultórios na rua, que estão previstos para os municípios de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão. Como não basta apenas a abertura de novos serviços, temos como tarefa a realização de ações de Educação Permanente, que viabilizarão as mudanças positivas para o modelo de cuidado.

por Agência Sergipe

Comentários comentar agora ❯