Um dos eixos primordiais da atual política cultural do Governo de Sergipe é capacitar os produtores culturais sergipanos e, partindo desse viés, nasceu o Birô Cultural. Após três meses de oficinas, o projeto passou por 10 cidades, atendendo cerca de 300 agentes culturais. A primeira edição do Birô, projeto desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), através do Fundo de Desenvolvimento Cultural e Artístico (Funcart) chega ao fim, mas uma segunda rodada de oficinas já está sendo programada.
Segundo a secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, o Birô representa mais que oficinas de capacitação, mas um estreitamento de relações entre a Secult e os produtores de cultura. “Sentimos um orgulho muito grande em levar esse projeto para todas as regiões. Nosso objetivo é que o Birô seja algo constante, que não acabe com o encerramento das oficinas, pois compreendemos que a participação de mais sergipanos em editais acontecerá gradativamente. Das oficinas também nasceram uma conexão entre os participantes. Juntos, poder público, artistas e produtores, somos mais fortes”, afirmou a gestora.
Última etapa
A décima e última etapa realizada na cidade de São Cristóvão, na manhã desta sexta-feira, 10, terminou com emoção, por parte dos agentes culturais e por parte da equipe que esteve à frente do projeto.
Presente no último dia, o secretário-adjunto de Estado da Cultura, Marcelo Rangel, fez questão de lembrar todas as pessoas que foram responsáveis pela execução do projeto. Assim, o gestor pediu que uma salva de palmas fosse dada a cada pessoa que esteve na equipe do Birô. “Começamos em março e percorremos os oito territórios sergipanos. Esta foi uma oportunidade de mobilizar as pessoas para o desenvolvimento cultural do Estado. Com o Estado fortalecido você fortalece toda uma sociedade. Saio daqui renovado e já ansioso para a próxima etapa”, revelou o secretário na ocasião.
A diretora da Secretaria de Cultura e do Turismo de São Cristóvão, Silene Lazarito, que estava representando a gestora da pasta, Aglaé Fontes, destacou que o Birô foi recebido de forma positiva pelos agentes culturais da cidade. “Acredito que a produção cultural a partir de trabalhos como esse passa a ter um grau maior de profissionalização. Afinal, o agente cultural vai saber em que porta bater e o que planejar de acordo com todo o conhecimento adquirido”, enfatizou Silene.
Um dos responsáveis pela elaboração do Birô e que marcou presença no último dia do projeto foi o diretor do Centro de Criatividade, Isaac Galvão. “É necessário que haja uma força de incentivo para essas pessoas. É fundamental que nós sejamos multiplicadores dessas idéias para que nós possamos nos destacar no cenário nacional, quem sabe até internacional”, disse o diretor.
Mestres e alunos
Foram três meses de convívio diário com os agentes culturais sergipanos. A cada viagem, a curiosidade em relação a como seria formada a turma de cada região tomava conta dos professores Ivan Masafret e Mesalas Santos, que afirmaram que o Birô levou conhecimento também para eles.
“O Birô ampliou o contato entre os agentes, provocando uma rede de discussão, cuja idéia principal é potencializar a cultura local. O primeiro passo do Birô foi concluído com êxito, pois atraiu a atenção da cultura sergipana e da importância de fomentá-la. É importante que a continuidade ocorra com relação à leitura das leis de incentivo à cultura, como a Rouanet e a SalicWeb”, lembrou Mesalas.
Apaixonado pela cultura popular, Ivan afirmou que a experiência de ministrar as oficinas foi muito gratificante. “Antes de tudo, eu sou um apaixonado pela cultura popular, então eu tive contato com vários produtores culturais que a gente não tem acesso pelos meios de comunicação. Toda esta experiência contribuiu para a minha concepção de cultura de uma maneira mais aprofundada”, disse o sociólogo.
Segundo a missionária Sílvia Amaral, que foi uma das alunas do Birô em São Cristóvão, a didática utilizada pelos mestres foi semelhante a uma aprendida na cidade de Roma, onde fez seu mestrado. “A didática foi espetacular. Mesmo tendo feito esta disciplina em Roma, fico feliz em ter aprendido ela aqui, pois foi em São Cristóvão que nós trabalhamos os aspectos locais”, destacou Sílvia.
Para o professor Edmilson Celestino, o Birô será uma espécie de incentivador para que ele possa colocar em prática um projeto que tem em mente. “O curso foi satisfatório. É importante destacar essa fase que estamos passando de ascensão de grandes empreendimentos tecnológicos. Por isso é importante saber utilizá-los para que possa ser empregado esse conhecimento no fomento de arranjos culturais”, explicou.
Breve retrospectiva Birô Cultural
Por onde passou, o Birô Cultural tornou-se sinônimo de sucesso. Ao todo, 10 cidades foram contempladas com o projeto. Sem deixar nenhum dos oito territórios sergipanos de fora, a série de oficinas não levou apenas capacitação para os agentes culturais de cada localidade, mas, também, integração entre os agentes, além de proporcionar um contato mais próximo com os gestores da Secult.
Confira abaixo os fatos marcantes do Birô Cultural:
Leste
O primeiro ciclo de oficinas foi iniciado em 28 de março, na região Leste do Estado, mais precisamente na cidade de Carmópolis. Lá, o secretário municipal de Cultura, Alexandre Magalhães, afirmou que o resultado do projeto superou todas as expectativas, colaborando para a maior participação dos agentes nos editais de cultura.
Médio Sertão
A segunda etapa do Birô foi realizada em Nossa Srª das Dores, que faz parte do Médio Sertão, e englobou cinco cidades vizinhas: Cumbe, Graccho Cardoso, Feira Nova, Aquidabã e Itabi.
Centro-sul
Tobias Barreto foi a sede de uma das etapas mais disputadas do projeto. No último dia de oficinas, a secretária Eloísa Galdino, que esteve presente, cumprimentou os participantes, tirou dúvidas sobre a gestão e elogiou a mudança de conceito de gestão cultural pela qual a cidade vem passando.
Agreste
Realizada no Agreste, mais precisamente na cidade de Itabaiana, a quarta etapa do Birô Cultural contou com a participação de agentes culturais das mais diversas linguagens. Segundo o secretário adjunto, Marcelo Rangel, a região é um local de produção cultural pujante e que, para fortalecê-la ainda mais, artistas e gestores precisam elaborar projetos competitivos.
Alto Sertão
Em Nossa Srª da Glória, os agentes culturais dos diversos municípios que compõem o Alto Sertão brindaram o encerramento das atividades com várias apresentações artísticas no plenário da Câmara Municipal, um fato histórico.
Grande Aracaju
Diversidade foi a principal marca da sexta etapa do Birô. Realizada em Laranjeiras, a lista de participantes desta etapa comprovava a intensa vida cultural da região, principalmente no que diz respeito a grupos folclóricos.
Baixo São Francisco
Propriá foi a cidade que englobou os municípios do Baixo São Francisco – o projeto foi tão bem recebido pelos agentes culturais, que todos reivindicaram uma segunda edição.
Sul de Sergipe
A oitava etapa do projeto ocorreu em Estância. Lá, o número de inscritos bateu todos os recordes (quatro vezes maior que o número de vagas ofertadas). Com presença da secretária Eloísa Galdino e do prefeito Ivan Leite, o encerramento do Birô foi uma verdadeira festa, com direito a apresentações teatrais, musicais e de capoeira.
Capital
Em Aracaju, no primeiro dia de oficinas, o secretário-adjunto Marcelo Rangel adiantou que uma segunda edição do Birô está sendo pensada. “Esta segunda rodada será voltada para os agentes que não conseguiram se inscrever na primeira, já que a demanda é grande”, disse. No encerramento, a secretária Eloísa Galdino confirmou a nova edição aos participantes.
São Cristóvão
Sede da décima e última etapa do Birô, a cidade não havia sido incluída no projeto inicial, mas, devido ao sucesso nas outras cidades, os agentes culturais da cidade histórica solicitaram uma etapa especial no município e foram prontamente atendidos pela Secult.
por Agência Sergipe
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