14 Abril 2014 - 21:54

Programação ao ar livre do IV Fest é encerrada em Laranjeiras

A sensualidade e o erotismo de Bertolt Brecht deram o tom para a última apresentação ao ar livre da quarta edição do Festival Sergipano de Teatro (Fest). Ao todo, esta edição do Fest contou com quatro espetáculos ao ar livre. Três deles realizados no Museu da Gente Sergipana, em Aracaju, e com foco no público infantil, e o último realizado na noite da última sexta-feira, 11, no Campus das Artes da Universidade Federal de Sergipe (UFS), em Laranjeiras.

A peça da vez foi ‘Cabaret dos Insensatos’, apresentada pela Companhia Teatral Stultífera Navis, montagem que já faz parte do currículo do grupo há alguns anos, mas sempre surpreende pelos toques de sensualidade dado pelas cinco atrizes que compõe o elenco. Vale ressaltar que se trata de uma peça dinâmica, onde o público está sempre em movimento para acompanhar os quatro momentos da apresentação.

Lindemberg Monteiro, que é diretor do espetáculo e da Companhia, afirma que foi motivo de grande alegria para o grupo levar o espetáculo para a cidade de Laranjeiras. “O Cabaret é uma montagem que tem como característica principal, provocar debates, discussões sobre a estética e sobre poesias eróticas que poucas pessoas conhecem do Brecht. Além disso, com ele, conseguimos trazer uma nova referência para o público de como se relacionar enquanto platéia com o espetáculo, por ser itinerante e simultâneo, onde o público se divide. Unindo isso tudo a este belo cenário aqui em Laranjeiras, o resultado não poderia ter sido melhor”, destacou.

Descentralização do teatro da capital

O público que compareceu a apresentação não foi pequeno e pouco menos se restringiu as pessoas da cidade. Era possível ver pessoas de várias partes do Estado, que se reuniram ali para ver mais uma produção sergipana de qualidade. O historiador e pesquisador Wesley Nascimento era uma dessas pessoas. Ele que mora em Estância, fez questão de ir a Laranjeiras para prestigiar a apresentação.

“Não conhecia o trabalho do grupo, mas sou amigo de uma das atrizes e quis vim prestigiá-la. Acima disso, acredito que este intercâmbio proposto hoje aqui é muito importante, pois tira a idéia de que teatro é feito apenas na capital, e fico muito feliz em ver que o Governo do Estado está preocupado com essa temática”, frisou.

A aluna do oitavo período do curso de teatro da UFS, Luana Morkay também aprovou a iniciativa. Para ela que já conhecia o trabalho da companhia, o mais interessante da presença do Festival na cidade histórica foi o fato de promover uma quebra do circuito tradicional existente em Aracaju. “Acho também este espetáculo especial por ter uma concepção itinerante, principalmente com relação ao comportamento do público que está em constante movimento. E tem também a interação dos atores entre eles e com o próprio público, que também é muito boa”, completou.

A coordenadora do curso de teatro da UFS, Alexandra Dumas, por sua vez, falou da parceria firmada entre a Universidade e o Governo do Estado para a ida de um espetáculo do Festival para aquele espaço. “Eu como pessoa da área do teatro, vejo essa experiência como uma coisa fantástica: ver o festival sair da capital e vir para o interior, principalmente por ser em uma cidade como Laranjeiras. Trazer o Festival para a UFS era uma proposta que já estava em namoro há algum tempo, e que ficamos muito felizes em concretizar, principalmente por vermos que a aceitação das pessoas foi tão boa e que tivemos um número bom de expectadores na apresentação”, completou.

Lourival Baptista

A sexta-feira também foi de apresentação no teatro Lourival Baptista, que recebeu o espetáculo ‘Uma canção de rebeldia’, do Coletivo Teatro de Mala. Com a platéia cheia, a peça falou sobre o mundo da música, trabalhando conflitos familiares e a temática das drogas. 

por Agência Sergipe

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