16 Janeiro 2014 - 16:14

Pacientes de baixa complexidade superlotam o Pronto Socorro do Huse

Após percorrer a Rede Básica de Saúde à procura de atendimento para a febre e dor de ouvido, a estudante Tainara Ferreira não encontrou solução para o problema e resolveu procurar o Hospital de Urgências de Sergipe (Huse). “No posto de saúde próximo à minha casa, os médicos não atendem e muitos estão de férias. Então, tive que procurar esta unidade de saúde porque sei que aqui o atendimento é garantido e saio com o problema solucionado”, enfatizou.

Principal porta de entrada do Estado para pacientes que procuram atendimento de alta complexidade, o Hospital de Urgências de Sergipe realiza uma média de 15 mil atendimentos mensais. Porém, a maior parte dos casos que chegam para os profissionais do Pronto Socorro é de baixa complexidade, ou seja, aqueles que poderiam ser solucionados na rede básica de saúde.

De acordo com os dados do Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar (Hospub), em 2013, somente no Huse, foram atendidos mais de 160 mil pacientes. Desses, 9.965 deram entrada com febre, 4.474 casos foram pacientes com mal estar e vômito, 1.822 pacientes com diarreia, 422 pacientes para troca de sonda e 1.334 pacientes com abcesso. Além disso, o Huse recebeu casos de constipação, conjuntivite, com cólica menstrual, unha encravada, náusea, urticária e até piolho. Além desses casos de baixa complexidade, ainda há pacientes que vêm dos estados como Bahia e Alagoas, em busca de atendimento.

A copeira Maria Vieira sofreu uma crise de pressão alta e foi atendida na Ala Azul do Huse. “Aqui fui bem recebida, examinada, já estou me sentindo bem melhor e aguardando a alta médica. Confesso que não procurei atendimento nos outros hospitais ou no posto de saúde porque sempre recebo a mesma resposta: não tem médico na casa. Então, vim direto para o Huse”, explicou.

Estruturado para atender 24 horas por dia, o Huse tem a missão essencial de realizar atendimentos de urgência e emergências clínicas, cirúrgicas e oncológicas, além de ser a única com Unidade para Tratamento de Queimados (UTQ). Além desses serviços, o hospital também possui a especialidade de endoscopia digestiva, neurocirurgia, otorrinolaringologia, oftalmologia, ortopedia, cirurgia bucomaxilofacial, nefrologia e o serviço de hemodiálise.

De acordo com diretor técnico do Huse, Manoel Gomes Bisneto, quase 80% dos atendimentos que chegam ao hospital deveriam ser tratado nas Unidades Básicas de Saúde. “É importante que as pessoas busquem primeiramente o atendimento na unidade básica da sua região ou um serviço mais próximo de casa respeitando as complexidades dos casos. Isso otimizaria o sistema e desafogaria a porta de entrada do Hospital”, afirmou.

O eletricista Antônio Bispo sentiu-se mal no trabalho e foi conduzido pelos amigos à UPA Zona Norte. Por não ter sido atendido, foi encaminhado para o Huse. “Eu tenho consciência que simples casos não deveriam vir para o Hospital, que deve cuidar de paciente grave. Mas, ele é o único que nos recebe, mesmo superlotado”, informou.

por Agência Sergipe

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