27 Maio 2022 - 04:00

IBGE mantém boas expectativas para safra 2022 de milho em Sergipe

Seagri/SE
O milho já se consolidou como principal lavoura sergipana

É tempo de cultivo do milho em Sergipe. A produção de milho em condições de sequeiro para comercialização do grão tem safra estimada pelo IBGE em 748.992 toneladas, garantindo posição de Sergipe como 4º maior produtor de milho do Nordeste e o 2º em produtividade, com média de 4.662 Kg por hectares. Pelos dados fornecidos pela Empresa de Desenvolvimento Sustentável do Estado de Sergipe (Emdagro), caso se mantenha um bom período chuvoso e aplicação correta das tecnologias é possível um rendimento médio melhor na colheita prevista para o mês de outubro.

O milho já se consolidou como principal lavoura sergipana, aumentando exponencialmente a quantidade produzida nos últimos dez anos, sem que decorram aumentos na mesma proporção em sua extensão territorial. O secretário de estado da Agricultura, Zeca Ramos da Silva, explica que a liderança da cultura do milho decorre de várias causas. “Podemos afirmar que o aumento na produção e produtividade do milho tem vários fatores, entre eles, a introdução das boas práticas cultivares, mecanização de alta tecnologia e insumos adequados, acesso ao crédito por bancos públicos - entre eles o Banese e Banco do Nordeste. Além disso, os preços atrativos no mercado nacional e internacional e os incentivos fiscais do Governo de Sergipe, que desde 2019 reduziu a alíquota do ICMS de 12% para 2%, são também fatores significativos para a conformação do milho como produto do agronegócio”, avalia.

Para a equipe técnica da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), o processo de expansão da cultura do milho se estende principalmente pelos territórios agrestino e sertanejo. O grão já está presente em dezesseis municípios e ocupa mais de 90% das áreas de lavoura em todos eles, sendo Carira e Simão Dias os que apresentam maior produção e produtividade. O chefe do escritório da Emdagro em Simão Dias, Cézar Valadares, destaca o crescimento na produção local. “Nossa previsão é de crescimento de 26 mil hectares plantados em 2021 para 28 mil hectares em 2022. Aqui no município 90% das áreas já estão plantadas e outros 10% aguardam as chuvas nesta segunda quinzena de maio para fazer o plantio”. Ele também destaca a alta na produtividade, acompanhando o rendimento médio dos últimos anos, entre 6 a 7 mil quilos por hectare.

O produtor Neilson Conceição Santos, no povoado Coração de Maria, município de Simão Dias, conta que já tem 150 hectares plantados com o milho germinado e mais 320 hectares em fase de plantio. “As chuvas foram boas em abril e muitos colegas já plantaram, mas como meu maquinário é maior resolvi aguardar as chuvas do mês de maio que atrasaram um pouco, mas nossa expectativa é de boa produção. A janela de plantio está aberta até meados de junho”. Segundo Neilson, a grande dificuldade é o aumento no custo de produção em mais de 100%. “O que mais está impactando no custo são os preços do diesel e dos fertilizantes”, destaca o produtor.

O produtor Antônio Souza de Moraes, conhecido como Cipriano no povoado Aroeira, disse que apesar do aumento no custo de produção espera vender o milho com o preço justo para o produtor. “A procura do milho é boa em todo o Brasil, eu particularmente já vendi para vários estados, mas tenho vendido principalmente para Pernambuco. O preço da saca de milho está sendo vendida hoje a R$ 80, mas esperamos que melhore por causa do aumento no custo de plantio. Se permanecer por esse preço vamos ter prejuízo”, explica.

No município de Carira a previsão também é positiva. Para o chefe do escritório local, José Ananias Rezende, a previsão é de que a área plantada seja maior que a média municipal de 30 mil hectares de milho. “Aqui em Carira, cerca de 50% dos produtores já realizaram o plantio, mas os demais aguardam uma situação climática mais benéfica para a safra de milho atual. As chuvas são fundamentais para o desenvolvimento de todo ciclo de plantio, importante para quem já plantou em abril e para quem pretende plantar até meados de junho”, pontua Ananias.

por Seagri/SE

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