04 Abril 2013 - 15:53

TJ e Igualdade Racial firmam acordo de combate ao racismo

Divulgação
Ministra Luiza Bairros e desembargador Tutmés Airan assinam acordo durante solenidade

Ressaltando a importância de se conhecer a realidade do racismo no Brasil, a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção à Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros e o presidente em exercício do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo, assinaram, nesta quinta-feira (04), na sede da Escola Superior da Magistratura de Alagoas (Esmal), o termo de cooperação para a execução do Projeto Juventude Viva.

O desembargador Tutmés Airan de Albuquerque explicou que a assinatura do termo marca diversos símbolos da luta contra a desigualdade racial. “Este momento é muito significativo, implica o reconhecimento ou reencontro com a nossa história, é uma homenagem a todos aqueles que combateram a escravidão dos negros, aos Zumbis famosos e anônimos”.
 “É evidente que as altas taxas de homicídios de jovens negros resultam da ação de diversos fatores. Pesquisas de opinião revelam que a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade do que a morte de um jovem branco”, lamentou a ministra da igualdade racial, Luiza Bairros.

“O racismo propõe a desumanização e a perda do valor da vida, ele não é um elemento subjetivo. O racismo é fácil de ser encontrado e causa efeitos concretos nas vidas das pessoas, inclusive a probabilidade de viver ou morrer”, expressou a ministra sobre a problemática da violência contra os jovens negros brasileiros.

A mesa foi composta pela desembargadora Nelma Torres Padilha, coordenadora de projetos especiais da Esmal, coordenador geral de cursos, magistrado Alberto Jorge Correia, magistrado Paulo Zacarias, coordenador de cursos para servidores, Kátia Born, representando o governador do Estado, promotora Stela Valéria de Farias, coordenadora geral da Escola do Ministério Público de Alagoas, defensor público geral, Daniel Coelho Alcoforado, pelo coordenador geral de Política de Defesa Social, Carlos Alberto Mendonça e pela prefeita de Arapiraca, Célia Rocha.

Projeto Juventude Viva nas cidades de Alagoas

Os municípios de Maceió, Arapiraca, União dos Palmares e Marechal Deodoro foram escolhidos para a implantação do projeto por apresentarem alta taxa de homicídios de negros. De acordo com o Sistema de Informação em Mortalidade do Ministério da Saúde, Maceió é a primeira capital em taxas de homicídios, alcançando 110 vítimas a cada 100 mil habitantes.

O projeto Juventude Viva é um conjunto de iniciativas que envolve oito ministérios, visando reverter as altas taxas de homicídios entre jovens negros. O programa prioriza a ação em 132 municípios, onde ocorrem cerca de 70% das mortes. Elaborado e coordenado pela SEPPIR e com a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ-SG), o plano foi lançado em 2012, aqui em Alagoas.

Curso Relações Étnicos-raciais para Operadores de Sistema da Justiça em Alagoas

Após a solenidade, foi dado início a primeira edição do Curso sobre Relações Étnicos-raciais para Operadores de Sistema da Justiça em Alagoas voltado para operadores do Direito em Alagoas, aptos a entender as relações étnicos-raciais, assim como enfrentar situações de racismo na sociedade durante a realização habitual de suas atividades.

Com carga horária de 40h, as aulas serão ministradas com ajuda de recursos audiovisuais, leitura, discussão de texto e intercâmbio de experiências dos profissionais participantes. Hoje (04), as aulas são ministradas pelo assessor especial da SEPPIR, Édison Cardoso, que abordará os temas Racismo no Brasil ePromoção da Igualdade Racial .

Amanhã (05), das 9h às 12h, o chefe do Ministério Público da Bahia, Lidivaldo Brito, aborda O Crime de Racismo no Brasil , e ex-conselheira federal da OAB, Silvia Cerqueira, discorre sobre Prevenção e combate ao racismo no âmbito dos operadores do Direito, das 14h às 18h.
 


 

por Assessoria

Comentários comentar agora ❯