04 Julho 2007 - 23:25

Nove presos resgatados no Benedito Bentes

 
 

Em menos de 48 horas duas ações evidenciaram uma prática que vem se tornando rotina no Estado, o resgate de presos em poder da Polícia Civil. Na noite de quarta-feira nove integrantes da quadrilha do Eraldo do Gás foram soltos na sede do 8º Distrito Policial (DP) no Benedito Bentes. Um dia antes o seqüestrador José Ronaldo da Silva, conhecido como “Nal” havia sido libertado por comparsas no centro de Arapiraca.

Nas duas ações o poderio dos bandidos era bem superior ao dos policiais mas segundo fontes dentro da própria Polícia Civil teriam sido facilitadas por informações internas. Nos dois casos o resgate dos presos mostra a incapacidade da Polícia Civil em combater o poderio do “crime organizado” no Estado.

Em relação aos nove presos do Bendito Bentes a situação era uma tragédia anunciada já que na tarde da terça-feira, os detentos iniciaram uma pequena rebelião ao jogarem comida pelas grades das celas e chamarem a atenção para o que eles consideravam condições subhumanas da delegacia.

Mesmo com todos os indícios apenas dois policiais civis guardavam o distrito e foram facilmente dominados por um grupo que, segundo a cúpula da polícia, era formado por 10 homens fortemente armados. Há cerca de 40 dias o chefe da quadrilha, Eraldo do Gás, já havia fugido junto com outros seis comparsas do presídio Rubens Quintella. Até a meia-noite de quarta-feira nenhum preso fora recapturado.

 
“Nal” de Arapiraca
 

Depois da ação “cinematográfica” de bandidos no resgate do seqüestrador José Ronaldo da Silva, conhecido como “Nal”, acusado em crimes em todo o Estado, em pleno centro de Arapiraca, o caso ganhou novos elementos .

A delegada Maria Fernanda Porto informou que não sabia da transferência de “Nal” e que não havia solicitado seu depoimento. O bandido, que havia confessado ter comandado pelo menos cinco seqüestros no Agreste, foi conduzido como um preso comum em uma viatura da Polícia Civil por apenas dois policiais que não sabiam sequer onde ficava o 2º distrito, que tinha como titular a delegada.

O diretor da Polícia Civil, Carlos Alberto Reis, confirmou que a delegada Maria Fernanda Porto não estava sabendo do depoimento e afirmou que a polícia já teria algumas pistas do paradeiro de José Ronaldo.
 
 

por Carlos Melo

Comentários comentar agora ❯