05 Julho 2007 - 16:57

Carro roubado de estudante pode ter sido usado no resgate de presos

A polícia já tem informações sobre um dos carros utilizados para o resgate de oito presos do 8º Distrito Policial (DP), no Benedito Bentes, ocorrido ontem. O Santana Prata, de placa MVB 1141, roubado do estudante João Paulo Martins, por volta das 19h30, pode ter sido o veículo que ajudou a transportar os detentos. As investigações ainda não foram concluídas, mas os fortes indícios levam à comprovação da suspeita.

“Nós estamos em uma linha de pensamento que indica que o carro do estudante pode sim ter sido utilizado para o resgate dos presos do 8º DP. O agente Marcos, que foi rendido pelos homens que entraram na delegacia, disse que viu dois carros, mas ouviu o barulho de um terceiro, que seria justamente esse Santana”, disse Roberto Ventura, chefe de operações do 8º DP.

Os bandidos levaram o carro de João Paulo, que estava sendo dirigido por sua namorada, quando o estudante parou em uma rua na Mangabeiras para verificar um problema no automóvel, e levaram o casal como refém. Os namorados seguiram no carro com os dois homens, que em nenhum momento esconderam o rosto, até um canavial no Village Campestre. Lá, mais dois homens estavam esperando, fortemente armados, inclusive com metralhadoras.

“O susto foi muito grande. Eu não sei se eram os presos da fuga da delegacia. Quando eu fui abordado, que ele me mandou entrar no carro, ele disse que só queria o carro para fugir, pois havia assaltado um posto de gasolina e precisava de um carro para não ser pego pela Polícia”, contou o estudante.

João Paulo, que teve até suas roupas levadas, e a namorada foram deixados no canavial e conseguiram ajuda em uma fábrica próxima ao local. O caminho para que o casal buscasse socorro foi indicado por um dos bandidos que mostrou uma estrada pela qual eles deveriam seguir.
 
“Estou com medo até da minha sombra”
 

Ainda muito abalado com o que aconteceu, João Paulo diz que está muito assustado e que a namorada também não se recuperou das horas de agonia que passou em poder dos assaltantes. Um dos momentos mais tensos, conta o estudante, foi quando os bandidos pediram para ele e a namorada deitarem no banco de trás do carro, dizendo que poderia haver até troca de tiro.

“Pensei que ia morrer, só pensava o pior. Em uma hora dessas não dá para pensar outra coisa, além de que você vai morrer. Lá no canavial, um deles disse que nem gostava de fazer esse tipo de coisa, que o negócio dele era roubar dinheiro dos cofres públicos. Agora, estou com medo até da minha sombra. Não desejo isso nem para o meu pior inimigo”, colocou João Paulo. Buscas já foram feitas no local, mas o veículo ainda não foi encontrado. Os bandidos levaram também os celulares das vítimas.

por teresa cristina

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