06 Maio 2013 - 18:38

Casos clínicos representaram 65% dos atendimentos do HGE em abril

Divulgação
Amanda Rios procura o HGE com febre e queixando-se de dor

Amanda Rios, 27 anos, se queixa de tosse, febre e cansaço; Akio Sei, 82, sente dor ao urinar e precisa realizar a troca de uma sonda que já usa há um mês; Marinaldo da Silva, 50, sofre com a falta de ar e cansaço. Os problemas de saúde são diversos, mas há uma semelhança que os identificam: os três pacientes procuraram o Hospital Geral do Estado (HGE), evidenciando a elevada demanda de atendimentos clínicos.

Os casos de Amanda, Akio e Marinaldo poderiam ser resolvidos nos pronto atendimentos dos postos de saúde ou nos ambulatórios 24h do Estado. No entanto, somente nos casos mais graves, o Hospital Geral deve ser procurado, por ser uma unidade referência em urgência e emergência de alta complexidade, segundo o Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com o Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (Same), durante o último mês de abril, o HGE prestou assistência a 13.994 mil pacientes, com uma média diária de 466. Do número total, quase 65% foram casos clínicos, que englobam cólica, dor em geral, diarreia, vômito, crise hipertensiva, alteração de glicemia, enxaqueca, resfriado, dentre outras ocorrências.

Dos casos clínicos, 76,35% dos pacientes foram oriundos de Maceió e 23,65% vieram dos demais 101 municípios alagoanos. Em abril de 2012, o HGE contabilizou 12.251 mil atendimentos, com 7.107 casos clínicos (58%). Além dos casos clínicos, que sempre lideram a demanda, a unidade também realiza assistência especializada às vítimas de agressão por armas branca e de fogo, queimaduras, estupros, afogamentos, tentativa de suicídio e acidentes de trânsito, casual e de trabalho.

Conscientização - Segundo o gerente médico do HGE, Alexandre Durval, a demanda excessiva por clínica médica reflete a fragilidade da Atenção Básica, que tem como incumbência a prevenção e tratamento das doenças crônicas. “A população também precisa fazer a sua parte, se conscientizar que a medicina preventiva é o melhor caminho para a manutenção da saúde”, ressalta.

Para isso, de acordo com ele, é importante “realizar consultas e exames periódicos, que podem ser feitos nas unidades da capital e interior. O Hospital Geral do Estado só deve ser acionado quando houver uma urgência ou emergência de maior gravidade, pois as de menor complexidade podem ser resolvidas nos pronto atendimentos dos municípios”, reforça.

Alexandre Durval lembra que, apesar da maioria dos casos clínicos não possuir o perfil para o HGE, há uma parcela das ocorrências clínicas que só terá resolutividade no âmbito hospitalar. Esse é o caso de Júlio Firmino, 16 anos, morador de Matriz de Camaragibe e encaminhado ao HGE após ser atendido no hospital municipal, por sentir forte dor abdominal.

“Ele foi medicado em Matriz, mas a dor continuava. Quando chegamos aqui, foi diagnosticado que era apendicite. Foi feita a cirurgia e hoje o Júlio está bem, graças a Deus”, conta Rosilene Firmino, mãe de Júlio.

A apendicite é uma inflamação do apêndice, um pequeno órgão linfático, que exige atendimento imediato para confirmação do diagnóstico. O tratamento é, quase sempre, cirúrgico, segundo informa o gerente médico do HGE.

Classificação de risco - O atendimento do HGE funciona conforme o protocolo de Manchester, que preconiza a assistência de acordo com a gravidade do paciente. Ao chegar à unidade, o paciente recebe o primeiro atendimento com uma equipe de enfermagem da Classificação de Risco - serviço responsável pela identificação, classificação e encaminhamento do paciente conforme o nível de gravidade.

A enfermeira Francine Rodrigues, plantonista da Classificação de Risco, informa que a rotina diária do setor é tentar convencer a população que existem postos referências para os casos clínicos. “Todos os dias nos deparamos com a mesma situação: pessoas procurando o HGE com febre, dor de cabeça e resfriado. Entregamos panfletos com os telefones dos postos e explicamos que eles estão funcionando, inclusive ligamos para confirmar, mas o trabalho educativo é árduo”, afirma.

Pronto atendimento - Em Maceió, cada bairro possui um posto de saúde referência para a região, que funciona como pronto atendimento todos os dias, das 8h às 17h. São eles: Unidade de Saúde Professor Osvaldo Brandão Vilela (Ponta da Terra); Roland Simon (Vergel do Lago); Unidade da Pitanguinha; João Paulo II (Jacintinho); PAM Bebedouro; Aliomar Lins (Benedito Bentes) e Ib Gatto (Tabuleiro do Martins).

por Agência Alagoas

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