12 Julho 2013 - 09:23

Paralisações e atos marcam o dia nacional de lutas em Alagoas

Gustavo Marinho - Cortesia
Mobilizações durante todo o dia deram voz ao povo alagoano

Em mais um momento histórico para os trabalhadores de todo o Brasil, o dia 11 de julho reafirmou a unidade dos movimentos sociais, seja no campo ou na cidade, que ocuparam as ruas na defesa dos direitos do povo. E em Alagoas não foi diferente. Milhares de pessoas estiveram mobilizadas em fechamento de estradas, paralisações e grandes atos em todas as regiões do estado em resposta aos ataques das elites e em defesa da classe trabalhadora.

As mobilizações reuniu sindicatos, movimentos de luta pela terra e entidades estudantis em torno de pautas unitárias como o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a educação e Reforma Agrária.

Logo no início da manhã diversas rodovias estaduais e federais foram bloqueadas por trabalhadores rurais denunciando a paralisia da reforma agrária pelo governo Dilma e cobrando o assentamento das famílias sem-terra. Paralelo ao fechamento das rodovias no interior do estado, em Maceió, as centrais sindicais, movimentos do campo e estudantes paralisaram as atividades da Braskem e do Porto de Maceió, locais de referência para a economia de Alagoas.

Nas duas paralisações todos os trabalhadores foram liberados do dia de trabalho pelos movimentos sociais, somente no Porto de Maceió 3.000 deixaram os galpões junto às palavras de ordem dos manifestantes. “Hoje é um dia de luta em todo o país e aqui em Alagoas estamos parando todo o estado. Diversas categorias estão mobilizadas na defesa do nosso povo”, disse Josival Oliveira do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST) convidando os trabalhadores do Porto para somarem-se às mobilizações. “Hoje estamos ocupando o Porto de Maceió, pois é dia de dizer não aos usineiros que dominam a riqueza do nosso estado enquanto o povo passa fome embaixo de uma lona preta. Estamos aqui para dizer não a essa injustiça. Hoje é dia de dar prejuízo aos empresários”, concluiu Josival.

“O nosso estado é um estado de constante mobilização”

Nem a chuva atrapalhou a grande mobilização no período da tarde. 5 mil pessoas estiveram presentes no ato que reuniu diversas entidades e movimentos sociais na capital do estado. Passando pelo Palácio do Governo, Assembleia Legislativa e Tribunal de Justiça, a manifestação fez a indignação dos alagoanos ocupar as ruas do centro da cidade.

“O Brasil inteiro está dando uma resposta aos que, por 500 anos, nos exploram”, afirmou Luiz Gomes do Sindicato dos Docentes da Universidade Estadual de Alagoas. “Nossa voz está nas ruas e mostramos que temos pautas reais e que não são as pautas que a Rede Globo criou. Temos nossas pautas específicas no estado, aqui dizemos que chega de usineiros no poder. Mas precisamos aliar nossas demandas locais com a luta que toma conta de todo o país. Não estamos sozinhos nessa caminhada, a unidade deve seguir cada vez mais forte”, conclui o professor.

As ruas, que semanas antes foram diversas vezes tomadas pela juventude na luta pela redução da tarifa do transporte público em Maceió, dessa vez ganharam o reforço de diversas categorias em luta que, com suas bandeiras erguidas, mostraram que o povo de Alagoas sempre esteve acordado e em movimento.

Para Laís Cavalcante, da Frente Pelo Passe Livre em Maceió, a unidade do movimento sindical, estudantil e camponês só deu maior fôlego para a luta pelo passe livre. “Conseguimos barrar o aumento, estamos pra conseguir a vitória de reduzir a passagem e os próximos passos é o passe livre pra estudantes e desempregados, rumo à tarifa zero”, afirmou a estudante de letras da Universidade Federal de Alagoas.

Durante todo o dia, diversos atos aconteceram em outros pontos de Alagoas, como a ocupação das sedes da prefeitura de Arapiraca e Delmiro Gouveia e o fechamento do Pólo Industrial, no município Satuba e de centros comerciais. No município de Penedo, professores, alunos e funcionários da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) percorreram as principais ruas da cidade reivindicando melhorias na área da educação. O ato pacífico e ordeiro terminou na praça Barão do Penedo, local onde fica sediada a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores.
 

por Redação com Assessoria

Comentários comentar agora ❯