13 Maio 2013 - 10:54

Programa Alagoas Mais Ovinos incentiuva a produção familiar

Adailson Calheiros
Programa Alagoas Mais Ovinos fortalece produção familiar e aumenta renda no Sertão

O Suplemento do Diário Oficial (DO) e a Agência Alagoas iniciam hoje a série de reportagens sobre o Programa Alagoas Mais Ovinos, que tem potencializado a agricultura familiar no Estado, em três frentes: geração de renda para o pequeno produtor, aumento do rebanho e melhoria genética da criação de cabras e ovelhas.

A reportagem mostra como o projeto tem sido desenvolvido nos municípios de Olho D’Água das Flores, Pão de Açúcar e Piranhas. Esta acaba de ganhar um espaço que deverá se tornar centro de referência e difusão da ovinocaprinocultura em Alagoas.

O espaço vai proporcionar que cientistas, técnicos e estudantes de todos os estados do Nordeste desenvolvam pesquisas, estudos e capacitação para a melhoria genética dos animais, além da instalação de uma biofábrica para produção de forragens, baseada em palma e sorgo para o benefício dos pequenos produtores rurais do Alto Sertão e da Bacia Leiteira.

O local para a implantação do centro foi cedido pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) ao Governo do Estado para o desenvolvimento do projeto.

Emprego, renda e aumento do rebanho

O programa Alagoas Mais Ovinos tem gerado bons resultados desde que foi implantado pelo Governo do Estado e já negociou o equivalente a R$ 585 mil. O levantamento é da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), responsável por gerir o projeto.

Em pouco mais de três anos, o programa repassou a 850 famílias de agricultores familiares do Sertão mais de 5.300 animais, por meio de um contrato de empréstimo. “Nesse programa, cada grupo de quatro famílias recebe sete fêmeas (matrizes) e um reprodutor. Cada família tem o prazo de até 5 anos para devolver os sete animais que recebeu emprestado do Estado”, explica o coordenador do programa Luciano Barros, da Seagri.

O Alagoas Mais Ovinos é uma iniciativa do Arranjo Produtivo Local (APL) de Ovinocaprinocultura, com apoio da Seagri e da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas (Accoal). “Os principais focos é gerar renda, aumentar o tamanho do rebanho do Estado e melhorar geneticamente a criação de ovelhas e cabras”, ratifica Barros.

Ele conta que quando o programa foi lançado, em 2009, o rebanho beneficiava cerca de 750 famílias. “Atualmente, expandimos esse número para 850 famílias”, informa o gestor.
Com investimento de R$ 3,7 milhões – recursos próprios do Governo de Alagoas, por meio do Fundo de Erradicação e Combate à Pobreza (Fecoep) –, o programa atende atualmente 18 municípios do Estado e deve se estender a mais nove cidades alagoanas. “Cem por cento das famílias são cadastradas e monitoradas com um programa de assistência técnica indispensável para que tenhamos um rebanho de qualidade”, atesta.

O objetivo do Alagoas Mais Ovinos é valorizar a agricultura familiar. “Mas dentro desse objetivo, o pequeno produtor tem que estar apto ao Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e se submeter a uma avaliação de capacidade que verificará se ele tem condições mínimas para a criação do rebanho”, informa Barros.

Para funcionar, o Alagoas Mais Ovinos dispões atualmente de nove técnicos e um coordenador. Além disso, o Estado contratou uma empresa especializada em assistência técnica responsável também pelo monitoramento obrigatório dos pequenos produtores. “Os técnicos da empresa responsável têm que dar assistência técnica e visitar pelo menos uma vez por mês os produtores”, informa Barros.

Raça Santa Inês

O melhoramento genético do rebanho no Alagoas Mais Ovinos é feito por meio da raça Santa Inês com raças mestiças. O Santa Inês é considerado o cruzamento ideal por ser uma raça de ovelha sem lã, que devido ao comportamento no pastejo, semelhante ao do caprino, pasta em vegetação arbustiva.

No Alagoas Mais Ovinos, os animais da raça Santa Inês têm se adaptado muito bem às regiões beneficiadas. Essa raça é produtora de carne e pele, tem fêmeas prolíferas e boas criadeiras, com frequentes partos duplos e excelente capacidade leiteira, além de adaptar-se bem a ambientes com bons recursos forrageiros. “Apesar de no Sertão predominar a rusticidade, a genética com a Santa Inês tem apresentado bons resultados”, atesta o gestor do Alagoas Mais Ovinos.

Como as matrizes (fêmeas) são mestiças, sem raças definidas, em regiões como Pão de Acúcar, Olho D’Água das Flores e Piranhas, o cruzamento com o melhoramento da genética dos animais ocorre depois de três anos.

por Agência Alagoas

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