16 Dezembro 2011 - 14:40

Alagoas é pioneira na rastreabilidade de ovinos e caprinos

O Centro de Recepção de Ovinos e Caprinos do distrito de Piau, em Piranhas, foi o local para mais um Dia de Campo e que marcou o início da rastreabilidade do rebanho de ovinos e caprinos pertencente a 200 famílias de pequenos proprietários e produtores da região do Alto Sertão, inseridos no Programa de Rastreabilidade da Cadeia de Ovinocaprinocultura.

Os animais começaram a receber na quinta-feira (15) os brincos adquiridos pela Agência de Fomento de Alagoas – Desenvolve, com os códigos de barra para identificação da origem, manejo, até o abate dos animais , possibilitando uma comercialização diferenciada do produto. As informações sobre manejos sanitários, alimentar, de pastagem e reprodutivo de cada animal serão introduzidas em um soft desenvolvido especialmente para o programa pela empresa Tech Sistemas, pertencente ao Arranjo Produtivo de TI.

Os dados serão alimentados com as informações gerenciais levantadas nas propriedades pelos técnicos da Cooperativa de Agricultura Familiar de Delmiro Gouveia (Coofadel), parceira do programa junto com a Desenvolve e o Sebrae Alagoas, por meio do Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL).

Além da segurança alimentar e transparência na produção, a rastreabililidade vai permitir melhoria no controle e gestão da propriedade, agregando valor ao rebanho e ao produto na prateleira, e permitir a transposição de barreiras comerciais e sanitárias dos animais.

Diferentemente de outros brincos para identificação da propriedade a qual pertence o animal, os brincos adquiridos para o programa de rastreabilidade possuem um tamanho maior, com mais resistência ao tempo e com os números e o código bem visíveis para facilitar a leitura dos números e códigos de identificação. O primeiro animal que recebeu o brinco pertence ao produtor José Andrades Araújo, que disse estar entusiasmada em participar do programa, que só trará benefício para o trato e a qualificação de seu rebanho.


O Dia de Campo teve a participação de produtores pertencentes ao programa de rastreabilidade e de outros produtores da região que tiveram informações e conhecimento prático sobre diversos manejos, como a confecção de pastagem nativa, inseminação artificial, entre outras informações por parte de zootecnista que fazem parte do APL ovinocaprinocultura e de técnicos da Coofadel .

O produtor José Procedônio dos Santos, de Piau, disse que o programa vai ser importante para saber quanto está pagando para manter o seu animal alimentado e livre de doenças. Segundo ele, um dos principais problemas enfrentados pelos produtores é justamente a alimentação do rebanho.

Para compensar os gastos com a ração ele investiu na compra de uma máquina forrageira para moer a forragem, uma vez que estava pagando muito alto para manter o bolo alimentar para os seus animais. A expectativa para ele é de ver seu trabalho valorizado, o rebanho saudável e um preço de comercialização que possa garantir mais renda para a família.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento e Projetos da Desenvolve, Fábio Leão, o programa de rastreabilidade foi idealizado há cerca de dois anos, quando a agência de fomento estava para abrir suas portas: “O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) gostou da idéia e apóia mais este programa junto com o governo do Estado”.

O diretor disse ainda que todas as informações geradas pelo sistema de rastreabilidade serão disponibilizadas em um portal, e também, no futuro, as pessoas que adquirirem os produtos oriundos do programa de rastreabilidade, que terá início com cerca de 18 mil animais, poderão conhecer, in loco, o local de origem dos produtos que estarão sendo comercializados e consumidos numa segunda etapa.

“O que a Desenvolve e os parceiros esperam com este programa é fortalecer a cadeia da ovinocaprinocultura, objetivando segurança alimentar com mais renda para o produtor e capacidade de atingir novos mercados”.

 

por Agência Alagoas

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