Como forma de garantir maior segurança aos trabalhadores atendidos pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Extração Artesanal de Granito, o Arranjo organizou um ciclo de palestras voltado à saúde dos empreendedores do grupo. A iniciativa, realizada no auditório da Prefeitura Municipal de Murici, contou com a presença do pesquisador Francisco Holanda, do Centro de Tecnologia Mineral (Cetem).

O evento teve a participação de 150 pessoas atendidas pelo APL, além de representantes de órgãos como o Instituto do Meio Ambiente (IMA), Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (Seplande), Ministério Público do Trabalho (MPT), Sebrae/AL e Prefeitura Municipal de Murici.

No encontro, o procurador do Ministério Público do Trabalho Rodrigo de Alencar afirmou que a realização de ações para evitar acidentes deve existir sempre. “A preocupação com os empreendedores é de responsabilidade de todas as instituições envolvidas diretamente ou indiretamente com a atividade, então são necessárias ações contínuas e divisão de responsabilidades”, disse.

Para a gestora do APL Extração Artesanal de Granito, Glória Velásquez, o momento representa uma evolução grande nos trabalhos dos empreendedores. “Em uma primeira ocasião, nós promovemos a junção dos trabalhadores, com a criação de cooperativas. Depois, teve início o incentivo à formalização, que ainda está em andamento, e agora podemos alertar sobre a segurança”, explica.

A atividade realizada pelos empreendedores do APL muitas vezes é feita de forma rudimentar, artesanal e sem grande segurança. Nesse cenário, desde o começo da atuação do Arranjo, em 2012, houve grande evolução dos grupos, que se tornaram mais profissionais.

De acordo com o superintendente de Desenvolvimento Regional e Setorial da Seplande, Michael Chinelato, o Programa de Arranjos Produtivos Locais (PAPL) é uma ação de Estado que, apesar da chegada de uma nova gestão, continuará a ser executada, favorecendo a população dos 88 municípios incluídos na iniciativa.

“Com o PAPL, Alagoas avançou muito e trouxe um alto grau de desenvolvimento para pequenos grupos. É um programa de extrema importância para todos, pois garante inclusão produtiva das famílias, favorecendo um ambiente mais seguro de trabalho não só voltado à saúde, mas também à questão financeira. A realidade hoje é outra”, garante.

Beneficiamento – O beneficiamento do produto foi uma das preocupações abordadas no encontro, pois através dele é possível agregar maior valor aos produtos, aproveitar os resíduos da atividade e promover um ganho financeiro mais elevado aos empreendedores, sem desperdício de matéria-prima e com a inclusão de toda a família na ocupação.

Na palestra, o pesquisador Francisco Holanda apresentou casos de sucesso de vários arranjos em todo o país e apontou que o desenvolvimento sustentável deve ser um dos pilares da execução dos trabalhos, principalmente voltado ao beneficiamento, já que há o uso completo do produto extraído nas minas.

“Com os resíduos da extração, conseguimos fazer argamassas, azulejos, peças para decoração, componentes elétricos, tijolos e até mobiliário. É preciso pensar nesses produtos como outro caminho. Não é difícil de fazer, a matéria-prima está toda aqui”, explica. 

por Agência Alagoas