As ações de apoio às famílias da zona rural dos municípios em situação de emergência por conta da estiagem tiveram avanços nas últimas semanas, conforme foi relatado na reunião ordinária do Comitê Integrado de Combate à Seca, nesta quinta-feira (28), no Palácio República dos Palmares.
O encontro foi conduzido pelo coordenador da entidade, coronel Luiz Antônio Honorato, da Defesa Civil Estadual, que enfatizou a necessidade do compromisso de cada um dos 18 órgãos que fazem parte do comitê, instalado em maio, através de decreto do governador Teotonio Vilela.
Segundo o Exército, o número de carros-pipa aumentou para 186, com o objetivo de garantir água para as pessoas. O órgão também informou que faz fiscalizações regularmente nas comunidades atendidas pelos caminhões.
Outra ação que está em andamento é a recuperação de poços artesianos e a proteção de nascentes, numa iniciativa da Secretaria de Estado do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos (Semarh).
Pecuária
Com o objetivo de garantir alimento para o gado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) já iniciou o repasse de milho aos agricultores num preço abaixo do praticado no mercado. Enquanto nas lojas e armazéns o saco de 60 quilos custa em torno de R$ 45, a entidade repassa a mesma quantidade por R$ 18,10.
De acordo com o superintendente da companhia em Alagoas, Elizeu Rego, o órgão mantém uma unidade de distribuição em Maceió e outra em Palmeira dos Índios, onde já foram atendidos mais de mil produtores do Agreste e do Sertão. Segundo ele, outros pontos de repasse estão sendo instalados em Arapiraca, Santana do Ipanema e Delmiro Gouveia.
“As chuvas que têm ocorrido no Agreste e no Sertão são irregulares e insuficientes para encher açudes, barragens ou mesmo as cisternas desses agricultores. Também não permitem o crescimento de pasto. Por isso, essas ações são tão importantes”, frisou o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, José Marinho, que também participou da reunião do Comitê Integrado de Combate à Seca.
Segundo ele, a garantia de alimento para os animais é necessária para a continuidade da pecuária de leite, principal fonte de renda dos agricultores sertanejos. “Sem os animais, os agricultores ficam sem ocupação, sem renda e sem perspectiva para o futuro”, ressaltou o secretário.
“Nas regiões onde ocorre a estiagem, a Seagri, por determinação do governador Teotonio Vilela, tem desenvolvido ações de fomento da pecuária, especialmente com os programas Alagoas Mais Leite e Alagoas Mais Ovinos. Sabemos que esses criadores, que foram capacitados e recebem acompanhamento técnico, também estão sendo afetados pela estiagem”, frisou José Marinho.
Para o superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Hibernon Cavalcante, a estiagem prolongada pode diminuir a produção de leite na região da Bacia Leiteira. “Para minimizar esse efeito, a Seagri está adquirindo bagaço de cana para repassar aos criadores. O produto também é usado para alimentar os animais”, destacou Hibernon Cavalcante.
Recursos
Ainda segundo o coronel Luiz Antônio, coordenador do comitê, R$ 10 milhões que foram repassados pelo governo federal para apoiar ações de combate à estiagem serão usados da seguinte forma: recuperação de açudes e barragens, aquisição de ração animal para repasse aos agricultores, aquisição de motobombas para ampliar os pontos de abastecimento, e ampliação da quantidade de carros-pipa com o objetivo de garantir também água para os animais.
Durante a reunião, o coordenador do comitê apresentou o Serviço Social do Comércio (Sesc) como membro colaborador das ações. O Sesc já fez doação de alimentos, principalmente frutas, a famílias de dois municípios em situação de emergência, e possui mais produtos em estoque que serão repassados. Ficou definido que o comitê vai fazer a escolha dos próximos municípios a serem beneficiados com as doações.
por Agência Alagoas
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