16 Março 2018 - 20:14

Estudantes do ensino médio desenvolvem método para purificar água no semi-árido

Um grupo de estudantes de Campinas, no interior paulista, desenvolveu um método de baixo custo para tratar água de cisternas no semi-árido brasileiro. O sistema, desenvolvido por três alunos da Escola Técnica Estadual (Etec) Bento Quirino, produz cloro a partir da eletrólise – processo químico feito com eletricidade – de uma solução de água com sal. O protótipo prevê ainda o uso de energia solar para o processo, contemplando comunidades que não só dependem da água da chuva, mas que também não tem acesso ao fornecimento de eletricidade.

A ideia foi premiada, no ano passado, pelo Prêmio Jovem da Água de Estocolmo, levando Beatriz Ruscetto da Silva, Matheus Henrique Cezar da Silva e Gabriel Gertrudes Trindade para conhecer a capital da Suécia. Lá, eles tiveram a oportunidade de conhecer projetos semelhantes de todo o mundo, além de ouvir opiniões qualificadas sobre a própria proposta. “Foi surreal, até hoje parece que foi só um sonho. Nenhum de nós três já tinha viajado de avião e nessa viagem ficamos mais de 10 horas no avião. O pessoal da organização do prêmio nos tratou muito bem, com muito amor e até hoje somos amigos desse pessoal”, lembra Beatriz sobre a experiência.

Durante a viagem, o grupo teve a oportunidade de conhecer projetos de outros países e se impressionou com o que foi desenvolvido pelos norte-americanos Ryan Thorpe e Rachel Chang. O sistema elaborado pelos estudantes identifica na água as bactérias sighella, da cólera e da salmonela, mais rápido do que os métodos convencionais e também permite a eliminação imediata dos micro-organismos.

Foi o contato com outro projeto, de um colega de classe, que deu início ao desenvolvimento do STAC-IBR, que ganhou o prêmio sueco. “A ideia nasceu graças ao projeto do nosso amigo Lucas Gabriel: ele fazia eletrólise mas descartava o gás cloro. Pensamos logo em como utilizar o cloro da eletrólise. A primeira ideia foi em tratar água. A partir daqui começamos a pesquisar como isso seria feito e para quem seria feito”, conta a estudante.

por Agência Brasil

Comentários comentar agora ❯