03 Junho 2009 - 08:22

General Motors pede concordata nos EUA

Divulgação

A General Motors entrou nesta segunda-feira (1º), numa corte de Nova York (EUA), com um pedido de concordata. Trata-se da terceira maior quebra de empresa da história dos Estados Unidos, atrás apenas do Lehman Brothers e da WorldCom. A derrocada da GM superou até mesmo a da Enron, em 2001.

O presidente norte-americano, Barack Obama, se pronunciou na tarde desta segunda sobre a concordata da GM. Para ele, a "icônica companhia americana" não poderia ficar sem ajuda, já que uma falência total poderia ter consequências muito além da indústria automotiva. De acordo com Obama, após o prazo de 60 dias recebido do governo dos EUA em março, a GM finalmente apresentou um plano de reestruturação considerado "viável".

Por isso, já sob concordata, a GM vai receber do governo dos EUA mais US$ 30,1 bilhões, em troca de 60% do controle da "nova" companhia que emergirá da quebra. O Tesouro norte-americano já havia colocado cerca de US$ 19 bilhões na GM.

O governo do Canadá, país em que as operações da GM são importantes, deterá 12% da empresa, entrando com US$ 9,5 bilhões. O sindicato United Auto Workers (UAW) terá assento na diretoria da companhia. Todos os atuais executivos devem ser trocados por homens de confiança de Obama -- que, no entanto, afirmou que seu governo não interferirá demais nos rumos da "nova" GM.

Obama disse ainda que a reestruturação e o reerguimento da GM podem demorar mais do que a recuperação da economia dos EUA, mas que, ao término do processo, a companhia fabricará mais carros nos EUA do que fora dele, além de focar em veículos mais econômicos e menos poluidores.

Depois de Obama, foi a vez de Fritz Henderson, atual presidente da GM, falar sobre a situação da companhia. Ele confirmou a intenção de produzir carros mais econômicos e "verdes": "A nova GM, que surgirá entre 60 e 90 dias, terá como foco a produção de carros menores e mais eficientes para o mercado norte-americano, com novas tecnologias e design impressionante", afirmou. Para ele, o pedido de concordata "não é o fim da GM, mas o início de um novo capítulo -- melhor, mais aberto e transparente".

Henderson disse que as operações da GM fora dos EUA e do Canadá não sofrerão mudanças. Isso inclui América do Sul, Ásia e África, e mesmo o México, tão próximo do mercado norte-americano. "Basicamente, [apenas] as operações dos EUA e do Canadá serão afetadas, inicialmente, pela concordata", frisou o executivo.

NO BRASIL
A General Motors do Brasil ainda não se pronunciou sobre a concordata da matriz. Sua assessoria de imprensa afirmou que não está prevista qualquer manifestação da filial para esta segunda. Uma entrevista coletiva do presidente Jaime Ardila deve ser feita na terça (2). No entanto, uma nota da divisão LAAM da GM (América Latina, África e Oriente Médio) foi divulgada nesta segunda e afirma que as operações nessas regiões não serão afetadas.

Desde o começo da crise, a GM do Brasil tem dito repetidas vezes que os problemas da matriz não afetarão o calendário local, porque as verbas para investimentos já estão garantidas. O maior deles é o projeto Viva, uma nova família de carros compactos que deve incluir um hatch e um crossover -- adiantados no conceito GPix, exibido no Salão de São Paulo de 2008.

De acordo com informações de bastidores, o lançamento do primeiro modelo do Viva já está programado para o segundo semestre, e acontecerá na Argentina.

 

por Uol com Agências

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