27 Novembro 2012 - 16:01

Áudio: “Para revitalizar o São Francisco é preciso uma ação conjunta”

Roberto Miranda - aquiacontece.com.br
Representantes de 17 instituições ligadas ao meio ambiente estiveram presentes

Aconteceu nesta terça-feira, 27, no auditório do Sindspem, a V Oficina de Acompanhamento do Programa de Revitalização das Bacias Hidrográficas, promovida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA). O evento que antecede a abertura oficial do XXII Plenária Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHS), tem como objetivo a troca de experiências entre os estados banhados pelo Rio São Francisco. Na pauta, os trabalhos que cada um vem desempenhando para a revitalização e proteção do rio.

Ao todo, 17 instituições federais ligadas ao meio ambiente participaram das oficinas. Além dos estados da Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, com seus respectivos representantes. O secretário do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson, destacou a importância de um evento deste porte, onde todos os estados banhados pelo Rio São Francisco e seus afluentes contribuem com as suas experiências para a revitalização do Velho Chico. “A responsabilidade de lutar pelo rio é de todos. Precisamos trabalhar juntos pela revitalização. Este momento é de união, as eleições passaram, os adversários precisam se unir pelo nosso bem maior, o Rio São Francisco”, avisou secretário do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson.

Ainda de acordo com Pedro Wilson, a presidenta Dilma Roussef já sinalizou a liberação de recursos na ordem de R$ 1,5 bilhão para a revitalização na bacia do São Francisco. “A presidenta é sensível com as causas ambientais, ela já acenou que vai liberar recursos para investir na revitalização do rio. Porém, precisamos de projetos. Os estados e municípios precisam contribuir com projetos. Se houver projetos, os recursos vão ser liberados”, afirmou.

Assoreamento, escassez e desaparecimento de algumas espécies do rioRoberto Miranda - aquiacontece.com.br

O presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHS), Anivaldo Miranda, fez duras críticas à falta de consciência sustentável na construção das obras que fazem parte da bacia do São Francisco. Ele afirma que o maior exemplo são as hidroelétricas. “A falta de consciência ambiental, resultou na situação em que o Baixo São Francisco de encontra. A decadência das cidades, a fim da navegação, o assoreamento, a falta de peixes. O porto de Penedo teve um calado bastante importante. Daqui a pouco, nem o barquinho vai navegar nessa região. A usina mais recente, a de Xingó, foi construída sem concepção ecológica, tudo veio a contribuir com a situação que o baixo se encontra”, criticou.

“Esse é o momento dos ribeirinhos cobrar a fatura. As hidroelétricas precisam pagar pelas perdas que gerou. A sociedade precisa de mais empenho. Essa é a hora de estabelecer as cobranças ambientais. Alagoas e Sergipe, foram os estados que mais sofreram e ainda sofrem, nós precisamos nos unir. A geração de energia foi, e é importante. Mas, faltou planejamento. A usina de Xingó não realizou projetos de sustentabilidade. Os povos ribeirinhos precisam se unir. Para revitalizar o São Francisco é preciso uma ação conjunta”, confessou o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHS), Anivaldo Miranda. Destacando que não bastam apenas os royalties. A compensação é muito maior.

por Roberto Miranda

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