O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas do Ministério Público Estadual (Gecoc/MPE) ajuizou denúncia contra os agentes penitenciários, reeducandos e a auxiliar de enfermagem que participaram do duplo homicídio de presos no início deste ano no presídio Baldomero Cavalcanti. Em 30 de janeiro, José Domingos da Silva e José Juvêncio dos Santos Neto foram encontrados mortos dentro da enfermaria da penitenciária – em uma cena considerada macabra, devido aos requintes de crueldade. Eles tinham perfurações de arma branca e sinais de enforcamento.

Os agentes Flávio Daniel de Azevedo Albuquerque, Francisco de Assis Bezerra Filho, José Cícero da Silva, Agostinho Wanderley Sistelos, Josias Correia Amorim, Luiz Pedro de Sales Filho e Edniz Quirino da Silva, bem como a auxiliar de enfermagem Luciana Bezerra Lemos, participaram do crime executando os reeducandos a mando dos presidiários Silvano Peixoto da Silva, Daniel Barbosa de Souza, o “Ceará” e Charles Gomes de Barros, o “Charlão” - que devido a periculosidade foi transferido para Sergipe. A motivação para o crime seriam as disputas por pontos de tráfico de drogas em Maceió.

Todos estiveram envolvidos no crime como constataram o inquérito policial e as investigações do Gecoc, pois para ingresso na enfermaria era necessário, entre outras coisas, ultrapassar dois portões com cadeados. “São servidores públicos que não cumpriram com o seu dever. Eles agiram como um verdadeiro grupo de extermínio em nome do tráfico”, disse o promotor Luiz Vasconcelos, coordenador do Gecoc. As investigações também apontaram para práticas de tortura e maus tratos contra presos do sistema prisional.

por MP-AL