Os números ainda são preliminares e não representam o resultado final porque a relação divulgada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) é referente à primeira chamada, cuja matrícula está marcada para quinta-feira (19) e sexta-feira (20), nas unidades de cada curso, nos campi Arapiraca, do Sertão e A.C. Simões, em Maceió, porém revelam um dado alarmante.
A matéria divulgada pela assessoria de imprensa da universidade Federal de Alagoas, intitulada “Classificação do SiSU: 59% dos primeiros colocados na Ufal são de Alagoas”, esconde um número muito mais sério do que o estampado no título.
A informação contida na matéria comprova ainda mais, a elitização do processo atual do vestibular - apenas 14% dos aprovados em Medicina são de Alagoas.
A Ufal não divulga qual é o percentual de alagoanos aprovados em cursos tradicionais como Odontologia, Direito, Engenharia Civil, Enfermagem, Engenharia de Petróleo e Arquitetura. Apenas limita a dizer os percentuais em termo de nordeste.
Por outro lado, a universidade divulga os percentuais de cursos não tão concorridos como os acima citados: Engenharia de Agrimensuras teve 87% de alagoanos classificados; Engenharia de Computação, 70%; Engenharia Ambiental, 90%; Letras Português, 88%; Ciências Contábeis, 75,5%, e Design, 60%.
A assessoria de imprensa da única universidade federal no Estado informou ainda, que o número total de vagas, na Ufal, preenchidas por alagoanos é cerca de 50%, ou seja, metade das vagas são de alunos de fora de Alagoas, que pelo processo do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), ficaram com vagas de estudantes de nosso Estado.
Nos próximos anos, podemos correr o risco de ver a maioria de nossos estudantes ficarem fora da Ufal, seja por deficiência própria, seja por deficiência de nosso ensino, perdendo vagas para alunos de outros estados, que, em sua maioria, possuem um ensino educacional de melhor qualidade. Será que é justo? O assunto provocou reação nas mídias sociais no Estado.
Alguns Estudantes e professores que conversei se mostraram preocupados com a ‘invasão’ de alunos de outros estados na federal de Alagoas, barrando a entrada de estudantes alagoanos.
Se na época do Processo Seletivo Seriado já era difícil um aluno de escola pública passar em cursos mais concorridos, imagina agora, quando além de concorrer com alunos de escola particular, o aluno advindo da escola pública terá que concorrer com estudantes de outro Estado.
Vale destacar que os estudantes não são os vilões da história, eles são as vítimas de um ensino público na rede estadual de ensino de péssima qualidade alimentadas ao longo dos anos por nossos governantes.
Com o Enem, a disparidade deixa de ser agora entre alunos de escola pública e escola privada, passando a ser entre estudantes de Alagoas/São Paulo, Alagoas/Pernambuco, Alagoas/Bahia, Alagoas/Minas Gerais, etc., ou seja, a disparidade passa a ser regional.
Pelo que conheço do ensino púbico estadual e até de escolas particulares, acredito que os alunos alagoanos não estão preparados para mais essa concorrência. A educação pública no Estado de Alagoas fica bastante longe de competir com alguns estados nessa questão.
E vocês, o que acham?
Em tempo: a segunda chamada será feita pelo SiSU, em 26 de janeiro, e quem estiver na lista fará matrícula dias 30 e 31. Também no dia 26, o SiSU abrirá inscrição para lista de espera. O candidato que estiver próximo da média de classificação deve ficar atento e se inscrever. Se houver desistência dos classificados nas duas chamadas, o sistema só vai considerar quem tiver feito essa opção no próprio site do sistema.
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